O Ministério da Saúde (MS) anunciou, ontem (16), mais uma etapa importante da campanha nacional de vacinação contra a Covid-19. Trata-se da ampliação da dose de reforço para toda a população adulta. Ao todo, 158 milhões de pessoas com mais de 18 anos fazem parte do público-alvo para a dose de reforço. Em Mato Grosso, o órgão federal de Saúde aponta que 1.602.163 pessoas estão aptas a tomarem o reforço até maio de 2022.
Somente agora em novembro, a expectativa é que 201.612 mato-grossenses reforcem a proteção contra o coronavírus, o que até então, era recomendado apenas para os profissionais de saúde, idosos acima de 60 anos e imunossuprimidos. Os dados foram apresentados pelo MS durante o anúncio da mobilização nacional que tem como slogan “Proteção pela metade não é proteção”.
A partir de agora, também muda o intervalo para aplicação da dose de reforço, reduzindo de seis para cinco meses após a conclusão do ciclo vacinal. “A recomendação vale para todos os imunizantes usados na campanha. Essa orientação é baseada em pesquisas científicas que apontam uma queda na resposta imune, principalmente, a partir do quinto mês após a dose dois”, informou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
A medida visa impedir cenários epidemiológicos como os que vem acontecendo em alguns países da Europa. Também busca fazer com que o país se torne em “um case de sucesso no enfrentamento a uma possível terceira onda causada pela Covid-19”. A orientação é que o reforço seja aplicado, preferencialmente, com a vacina da Pfizer. Na falta desse imunizante, pode ser aplicada a Astrazeneca ou Janssen.
O ministro destacou ainda que o cenário epidemiológico do país está equilibrado e mostra, dia após dia, melhora nos índices de casos e óbitos decorrentes da doença. Contudo, reforçou a importância de os brasileiros completarem seus ciclos vacinais.
“Temos que trabalhar para ampliar a cobertura da segunda dose. É nosso objetivo com a campanha de mega vacinação contra a Covid-19. E isso ocorre graças a força do SUS, é para ampliar ainda mais o acesso, para convencer as pessoas a procurarem uma unidade básica de saúde”, frisou.
Um dos alertas feitos é quanto aos que estão com a segunda dose atrasada. Em todo país, são 21 milhões de atrasadinhos. No Estado, 291.477 pessoas precisam voltar aos postos de vacinação para concluir o ciclo vacinal, quantidade representa 11,36% dos que tomaram a primeira dose.
O MS anunciou também que, no próximo sábado (20), a campanha terá uma mobilização nacional para reforçar a importância de a população completar o ciclo vacinal, ou seja, tomar as duas doses, mesmo após o prazo recomendado pelos fabricantes das vacinas. Além disso, quem já está no momento de tomar a dose de reforço, não pode perder tempo. Isso porque a campanha também chama a atenção para a necessidade de reforçar a imunidade contra a doença.
O Estado já recebeu 5,4 milhões de doses do MS. Do total, 2,4 milhões já aplicadas como primeira dose e 1,6 milhão referente a segunda aplicação, representando 60,14% da população considerada vacinável, que é de pouco mais de 2,9 milhões de pessoas residentes no território mato-grossense. Atualmente, os imunizantes contra a Covid-19 são disponibilizados para as faixas etárias acima dos 12 anos.
JANSSEN – O Ministério da Saúde atualizou a recomendação quanto à vacina da Janssen, aplicada anteriormente como dose única. A partir de agora, uma segunda dose da Janssen será aplicada com intervalo de oito semanas após a primeira. Após concluir o ciclo vacinal, uma dose de reforço será aplicada respeitando o prazo de cinco meses recomendado pela pasta.
A orientação do Ministério da Saúde segue tendência mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, a imunização da Janssen também já vem sendo reforçada. “Quem tomou a Janssen completará o esquema vacinal. Embora seja de dose única, compete a nós (Ministério da Saúde) as definições. A pessoa tomará duas doses, em um intervalo de dois meses”, completou a Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo.
Até a tarde de segunda-feira (15), Mato Grosso contabilizava 550.123 casos e 13.967 óbitos em decorrência do coronavírus. Do total, 1.095 infectados estavam em isolamento domiciliar e 534.540 recuperados. Também havia 56 pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs) e 32 em enfermarias, ambos serviços disponibilizados pela rede pública. A taxa de ocupação estava em 31,46% para UTIs e em 4% para enfermaria, ambos para adulto.
Joanice de Deus/Diário de Cuiabá