O secretário de Estado de Educação Allan Porto afirma que Mato Grosso vive “tragédia educacional” e descarta voltar atrás na decisão de retomada às aulas diante do surgimento de casos de covid-19 entre alunos e professores. O gestor admite 2 escolas com contaminações e garante que a pasta está reforçando as medidas de segurança entre os servidores.
Em entrevista na manhã desta quarta-feira (11), Porto destacou houve boa aceitação do retorno à sala de aula, com cerca de 90% dos alunos cumprindo o regime de escala com metade em aula presencial e o restante em aula online.
O Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep) afirma que 11 escolas têm casos da doença, mas o secretário diz que são só 2. Também pontua que todas as atividades já voltaram no estado e não há como apontar onde foi que os doentes se contaminaram.
“A gente está orientando, essa semana, e fortalecendo através do nosso projeto de saúde e segurança. Nossas equipes têm percorrido os 15 polos do estado de Mato Grosso, reforçando o cumprimento dos protocolos e o plano de contingência com uma escola vai proceder no caso de confirmar um professor com ou um aluno com covid-19”, explica o secretário.
A medida a qual ele se refere é isolamento do aluno contaminado e testagem em massa de toda a turma, a fim de identificar outros casos da doença.
Allan Porto cita que ele mesmo foi contaminado pelo coronavírus, dentro da Seduc, e cumpriu isolamento até se recupera totalmente.
Questionado se o retorno às aulas não poderia impactar em uma terceira onda de contaminação no estado, ele descarta a hipótese. Pontua que quase todos os estados já voltaram e diante da retomada das demais atividades não é possível atribuir às escolas a elevação de casos da doença.
“A gente tem todas as atividades. Sete municípios voltaram às atividades presenciais antes do anúncio do Governo, 24 estados do país já retornaram as suas atividades. É aquilo que a gente vem falando, você tem que tratar a pandemia com a educação e tratar com a educação é tratar com os alunos dentro de sala de aula respeitando todos os protocolos de biossegurança. A defasagem na aprendizagem está enorme”, argumenta o secretário.
Ele ainda relata que pode haver contaminação nas salas de aula como acontecem no supermercado, no shopping, nos espaços de lazer. “Eu vi aqui ontem mesmo Cuiabá liberou 70% das atividades, eventos de lazer pra funcionar. Então não é falar que a educação, as salas de aula vão aumentar a curva. Tem transporte coletivo, tem as atividades que estão acontecendo. a gente vê as pessoas circulando de todas as idades”, comenta.
O secretário pontua que estudo já realizado não encontrou relação entre a volta às aulas e a elevação de casos. Ainda cita a lei aprovada na Assembleia Legislativa, que autorizou o a reabertura das escolas. Diante desse amparo, ele descarta fechar novamente as salas de aula.
“Nosso foco aqui é a Secretaria de Educação é a educação. É recuperar a aprendizagem dos nossos estudantes. Nós fizemos uma avaliação diagnóstica, eu já tenho falado isso há algum tempo. É uma tragédia educacional. Nós temos o quanto antes recuperar a aprendizagem. Recuperar a aprendizagem é o aluno dentro de sala de aula com o professor, respeitando o distanciamento e respeitando todos os protocolos de biossegurança. Em função normal”, assevera.
Jessica Bachega e Pablo Rodrigo/Gazeta Digital