Mais de 100 dos 121 municípios de Mato Grosso, dentre eles Cuiabá, estão sob alerta de baixa umidade relativa do ar, variando de 20% a 12%, emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A situação aumenta as chances de incêndios florestais e riscos à saúde, causando ressecamento da pele, desconfortos em olhos, nariz e boca, além de agravamento de problemas respiratórios. O alerta ‘laranja’, cujo grau de severidade é perigo, foi emitido nesta quinta-feira (5).
O quadro de secura pode vir a comprometer a tendência de redução dos focos de calor nos biomas de Mato Grosso. Conforme o Monitor de Queimadas do Instituto Centro de Vida (ICV), o Estado registrou menos 29% de ocorrências durante o primeiro mês do período proibitivo de queimadas, queda impulsionada, aponta o levantamento, pela diminuição significativa de registros de fogo no Pantanal. O apontamento foi feito com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). Em 2020, julho teve 2,4 mil focos de calor, enquanto que 2021 registrou 1,7 mil pontos no mesmo período, nos três biomas do Estado. Acometido por uma tragédia sem precedentes com os incêndios no ano passado, o Pantanal registrou 18 focos de calor neste mês. No ano passado, o número chegou a 641.
Já os outros dois biomas seguem em ritmo semelhante aos do período anterior. A Amazônia, que em geral lidera os focos de calor no Estado, registrou um leve aumento, de 989 focos para 1.059, e o Cerrado, uma ligeira redução, com a queda de 799 para 639. Em relação ao período de janeiro a julho, o Estado também apresentou queda, com 7,2 mil focos de calor em comparação aos 9,1 mil focos no mesmo período do ano anterior, uma redução de 21%.
A maior parte está na Amazônia, com 68% do total, seguida do Cerrado, com 31%, e do Pantanal, com 1%. No ano passado, o último bioma foi responsável por 12% dos pontos no mesmo período.
O coordenador de Inteligência Territorial do ICV, Vinícius Silgueiro, alerta que os dados não significam um período proibitivo menos preocupante neste ano. “Sabemos que, historicamente, os meses mais críticos de incêndios florestais são agosto e, principalmente, setembro. Então, essa redução, apesar de importante, pode não seguir nesse ritmo”, avalia.
O especialista reforça as características da seca deste ano no Estado, que tem potencial de tornar o cenário de incêndios florestais crítico. “Em algumas regiões do Estado completam mais de 90 dias sem chuva”, completa.
Saúde
O Inmet orienta à população que está nos municípios sob alerta ‘laranja’ a ingerir bastante líquido, evitar atividades físicas, assim como exposição ao sol nas horas mais quentes do dia, além de usar hidratante para a pele e umidificar o ambiente. Defesa Civil (199) e Corpo de Bombeiros (193) devem ser acionados em qualquer eventualidade.
A Gazeta