A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (4), a segunda fase da “Operação Terra Envenenada” contra uma organização criminosa que contrabandeava e adulterava agrotóxico. São cumpridos mandados em Sinop (a 500 km de Cuiabá).
Equipes estão desde as primeiras horas cumprindo ordens judiciais na região. Os detalhes ainda serão repassados pela Polícia Federal no decorrer da manhã, assim como a quantidade de mandados.
A primeira fase da operação foi deflagrada em junho de 2018, ocasião em que foram cumpridos 22 mandados, sendo seis de prisão, nos estados de Mato Grosso, Goiás e Paraná.
Primeira fase
A investigação teve como base o acompanhamento de organização criminosa voltada para a importação, manipulação e venda de produtos agroquímicos que, em razão dos gravíssimos danos que provocam à saúde humana, têm o uso rigorosamente limitado pelos órgãos oficiais.
Os suspeitos, com extensa rede criminosa, compravam os produtos do Paraguai e realizavam o transporte por vias vicinais até o Norte de Mato Grosso, contando com a conivência de agentes públicos. No seu destino, aumentavam o volume, adulteravam os produtos, misturando-os com agroquímicos permitidos ou inseticidas de preço baixo, revendendo a valores altíssimos para outros intermediários.
Frequentemente, o produto também era repassado a grandes agricultores da região. Por meio de ameaças e coações, os suspeitos garantiam a adimplência dos clientes.
Em razão das vultosas margens de lucro obtidas pelo esquema ilícito e métodos agressivos de cobrança, os investigados possuíam um estilo de vida incompatível com os ganhos declarados, chegando inclusive a atuar em outros ramos econômicos para mascarar e lavar os proveitos do crime.
Em dezembro de 2019, a Justiça Federal em Sinop (480 km de Cuiabá) acatou pedidos feitos pelo Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso e condenou oito pessoas pelos crimes de importação, venda ilícita e adulteração de agrotóxicos em Mato Grosso, além de organização criminosa, lavagem de dinheiro e posse ilegal de arma de fogo.
Nome da operação
A origem do nome da operação, “Terra Envenenada”, está relacionada ao combate à importação e ao uso indiscriminado de agrotóxicos. Muito mais que um delito com consequências fiscais e econômicas, diz respeito à preservação do meio ambiente que é, sobretudo, uma questão de saúde pública. Evidências científicas demonstram que a exposição aos agrotóxicos por ingestão de alimentos pode provocar doenças como câncer, malformação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.
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