Mesmo sob um cenário marcado pela pandemia do novo coronavírus, Mato Grosso registrou saldo recorde na geração de empregos formais – com carteira assinada – para um primeiro semestre do ano. De janeiro a junho de 2021 foram criadas 49.763 vagas dentro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Além de ser recorde, o saldo atual se mostra gigantesco sobre o mesmo momento do ano passado, quando foram criadas apenas 1.547 novas frentes formais. Conforme dados do Ministério da Economia divulgados ontem, a geração de empregos no Estado cresceu mais de 32 vezes frente ao resultado anterior. No primeiro semestre de 2019, por exemplo, período tido como ‘pré-pandemia’, a oferta de novos postos de trabalho em Mato Grosso somava pouco mais de 20 mil no mesmo intervalo dos seis primeiros meses do ano.
Ao contrário de 2020, quando o saldo de empregos começou a ficar positivo somente a partir de junho, em 2021 os números vêm apontando expansão sobre o nível de empregabilidade desde janeiro. Aliás, janeiro segue com o maior saldo mensal do ano, 12.657 novas vagas e junho, com saldo de 12.046 postos, exibe o segundo melhor desempenho do ano.
Como demonstram os dados do Caged, no mês passado, Mato Grosso admitiu 42.378 pessoas e demitiu outras 30.332, o que gerou o saldo – positivo – de 12.046. Esse resultado, se comparado a junho de 2020, quando a geração de vagas marcou 6.790, há um incremento anual de 77,40%. A oferta de emprego no Estado mais que dobrou na comparação entre junho de 2021 a igual mês do ano passado.
Todos os cinco maiores setores da economia estadual fecharam o mês gerando novos postos, no entanto, o maior empregador foi Serviços, com saldo de 3.532 vagas criadas, seguido pelo Comércio com outras 3.024 vagas abertas. A agricultura ofertou mais 2.455 novos postos, a Construção Civil, 1.546, e a Indústria, 1.489 novas frentes de trabalho formal.
Ainda em relação a junho, os números mostram que o saldo mato-grossense foi o segundo maior do Centro-Oeste, atrás apenas do registrado em Goiás, 15.141. Entre os estados da região observa-se o resultado do Distrito Federal, com oferta de 4.656 novos postos formais e Mato Grosso do Sul com saldo de 3.535 vagas geradas no mês.
MUNICÍPIOS – Considerando o saldo acumulado do primeiro semestre deste ano, Cuiabá foi a maior geradora de novos postos de trabalho, em Mato Grosso, ao ofertar de janeiro a junho, mais de 10,51 mil vagas.
Entre os cinco maiores empregadores se destacam ainda, pela ordem: Rondonópolis, 3.811 vagas, Sinop com 3.477, Sorriso com 2.714 e Primavera do Leste com outras 2.108 vagas.
NO PAÍS – O Brasil gerou 309.114 postos de trabalho em junho deste ano, resultado de 1.601.001 admissões e de 1.291.887 desligamentos de empregos com carteira assinada. No acumulado de 2021, o saldo positivo é de 1.536.717 novos trabalhadores no mercado formal.
Todas as regiões do país tiveram saldo positivo na geração de emprego, sendo que houve aumento de trabalho formal nas 27 unidades da Federação. Em termos relativos, dos estados com maior variação em relação ao estoque do mês anterior, os destaques são para o Piauí, com a abertura de 4.597 postos, aumento de 1,5%, Alagoas que criou 4.651 novas vagas (1,36%) e Maranhão, com saldo positivo de 6.745 postos (1,31%).
Os estados com menor variação relativa de empregos em junho, em relação a maio, são Rio Grande do Sul, que teve criação de 11.446 postos, aumento de 0,44%, Bahia, com saldo positivo de 7.604, alta de 0,43% e Sergipe, que encerrou o mês passado com mais 1.107 postos de trabalho formal, crescimento de apenas 0,41%.
De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, é a primeira vez desde a crise de 2015 que o país ultrapassa o patamar de mais de 40 milhões de postos formais de trabalho. Ele acredita que a retomada da economia brasileira e o retorno seguro ao trabalho continuarão em ritmo acelerado com o avanço da vacinação da população contra covid-19, em especial nos setores de serviços e comércio, os mais afetados pelas medidas de enfrentamento à crise sanitária.
A próxima divulgação do Caged já deve acontecer sob o comando do ministro Onyx Lorenzoni, que vai assumir o Ministério do Trabalho e Previdência, que está sendo recriado. Guedes destacou que a equipe da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, que hoje está na Economia, seguirá o trabalho na nova pasta.
Segundo ele, o foco será a geração de oportunidades de trabalho aos jovens e formalização de cerca de 38 milhões de trabalhadores informais que hoje recebem o auxílio emergencial do governo. Em breve, ainda de acordo com Guedes, serão lançados novos programas, como o serviço social voluntário e os bônus de inclusão produtiva (BIP) e de incentivo à qualificação profissional (BIQ).
“Tememos muito o efeito cicatriz, que é a mutilação de uma geração em função de uma pandemia dessa, já no setor educacional, já temos esse receio no setor educacional. E queremos, então, acelerar a absorção desses jovens, seja com treinamento de qualificação profissional, seja com serviço social voluntário para que eles se preparem para o mercado formal de trabalho”, disse o ministro, durante coletiva virtual para divulgar os dados do Caged.
Marianna Peres/Diário de Cuiabá