De acordo com Moacyr, os resultados dos estudos clínicos das vacinas determinaram os períodos de aplicação e ainda não se sabe se há diminuição na eficácia do imunizante se houver atraso entre as doses. A recomendação, segundo Raquel, é que a pessoa tome a segunda dose assim que possível.
HÁ ALGUMA RESTRIÇÃO ALIMENTAR E DE ESFORÇO FÍSICO ANTES OU DEPOIS DE RECEBER A VACINA?
Não há restrições alimentares. Diferentemente dos antibióticos, o consumo de bebidas alcoólicas não compromete a ação do imunizante. Também não há problema em praticar exercícios físicos. “O único empecilho é a região do braço, que fica dolorida e a pessoa pode não conseguir fazer esforço”, explica Moacyr.
QUEM ESTÁ ATUALMENTE COM COVID-19 DEVE ESPERAR QUANTO TEMPO PARA SE VACINAR?
Em casos leves, o recomendável é esperar trinta dias após o diagnóstico da doença. Já para aqueles que estão internados e precisam de oxigênio, Raquel sugere aguardar de dois a três meses para receber a vacina.
VACINAS PODEM CAUSAR COVID-19?
Não é possível contrair a doença após receber a vacina porque nenhum imunizante usado no Brasil utiliza o vírus SARS-CoV-2 enfraquecido na composição, mas apenas um “pedaço” dele.
É POSSÍVEL TER ALERGIA À VACINA?
Sim, alergias podem ocorrer. Segundo Raquel, normalmente são quadros alérgicos leves, como vermelhidão e coceira no local da aplicação ou no corpo todo, e que não impedem receber a segunda dose. Para Moacyr, as reações alérgicas variam. Em casos mais sérios, como fraqueza muscular e miocardite (inflamação no músculo do coração), o aconselhável é procurar atendimento médico e notificar a Vigilância Sanitária, que entrará em contato para explicar o que deverá ser feito.
QUAIS OS EFEITOS COLATERAIS MAIS COMUNS E POR QUE ACONTECEM?
As reações acontecem dependendo da resposta do organismo e do sistema imunológico, que identifica a substância como um agente estranho. Elas começam de oito a doze horas depois da aplicação e não duram mais de 48 a 72 horas. Caso a duração dos sintomas se estenda, é necessária uma avaliação médica para confirmar se o paciente já estava contaminado pela Covid-19 no momento em que recebeu a aplicação. Os sintomas mais frequentes são dor, vermelhidão e sensação de calor no local da aplicação. Raquel aconselha fazer compressa fria ou com bolsa de gelo várias vezes ao dia no local para aliviar o desconforto. Febre, dores no corpo e na cabeça, náuseas e diarreia também podem ocorrer. O uso de analgésicos e antitérmicos não atrapalha a performance da vacina.
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QUANTO TEMPO LEVA PARA FICAR PROTEGIDO APÓS A APLICAÇÃO DA VACINA CONTRA A COVID-19?
Para imunizantes com duas doses, a proteção máxima acontece depois de catorze dias da segunda dose. No caso da vacina de dose única da Janssen, leva-se 28 dias. “A vacina evita que se desenvolvam casos graves da doença, mas não garante que a pessoa não possa contrair o vírus. Enquanto não tivermos 80% da população acima de 18 anos imunizada e a redução no número de casos, internações e óbitos, devemos continuar usando máscara, higienizando as mãos com frequência e mantendo o distanciamento social”, afirma Raquel.
A VACINA OXFORD/ ASTRAZENECA, DA FIOCRUZ, É MESMO A QUE MAIS CAUSA REAÇÕES ADVERSAS?
Imunizantes que usam a tecnologia de vetor viral (um elemento que contém o material genético do coronavírus, mas sem a capacidade de se multiplicar), como AstraZeneca e Janssen, costumam causar mais reações do que as outras patentes, principalmente na primeira dose e em pessoas mais jovens. Deve-se procurar um médico caso ocorram fortes dores de cabeça ou abdominais que não são aliviadas com remédios e falta de ar súbita até dois meses após aplicação.
POR QUE TOMAR A VACINA DA GRIPE APÓS CATORZE DIAS DA APLICAÇÃO DO IMUNIZANTE CONTRA A COVID-19?
Segundo Moacyr, os dois imunizantes podem causar efeitos colaterais. A recomendação de duas semanas entre uma vacina e outra serve para distinguir qual foi responsável pelas reações adversas. Depois desse período, de acordo com Raquel, é raro que apareçam sintomas.
O QUE ACONTECE SE ALGUÉM TOMAR VACINA FORA DO PRAZO DE VALIDADE?
Ainda não se sabe. Raquel explica que algumas vacinas podem manter a eficácia além do prazo de validade. “Na pior das hipóteses, é como se tivesse aplicado água, sendo necessária a revacinação.”
Fernanda Campos Almeida – Veja