Mais de 100 mulheres grávidas morrem de Covid-19 todos os meses no Brasil, mais do que o dobro da taxa do ano passado, de acordo com dados do governo divulgados pelo ‘The Wall Street Journal’.
Uma tragédia que os pesquisadores atribuem em grande parte à variante brasileira P.1, que surgiu pela primeira vez na Amazônia e deixou hospitais lotados. No total, mais de 800 grávidas no Brasil morreram da doença desde o início da pandemia.
Além das grávidas, pelo menos 579 bebês com menos de um ano também morreram de Covid-19 no Brasil desde o início da pandemia. Outras centenas nasceram prematuramente para salvar as mães doentes. Uns morreram ainda no útero por falta de oxigênio enquanto as mães ficaram sem ar, outros contraíram a doença e morreram nos primeiros meses de vida.
Pelo menos mil grávidas morreram de complicações relacionadas com a Covid-19 no continente americano, segundo uma estimativa da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com base em dados de 24 países. As grávidas no Brasil enfrentam o maior risco de morrer da doença na região, de acordo com a diretora da entidade, Carissa F. Etienne.
Pesquisas em todo o mundo mostraram que grávidas com Covid-19 correm maior risco de complicações. Um grande estudo realizado no final do ano passado, concluiu que mulheres grávidas tinham 70% mais probabilidade de morrer do que mulheres da mesma idade que não estavam grávidas.
Novas variantes como a P.1, que surgiu na Amazônia, podem tornar a doença ainda mais arriscada para grávidas no Brasil, dizem os cientistas. Estudos mostraram que a estirpe é até 2,2 vezes mais contagiosa do que as versões anteriores e possivelmente mais mortal.
Istoé