A Pfizer enviou ao menos 10 emails cobrando uma resposta formal do governo brasileiro, após fazer uma oferta de vacinas contra a Covid-19. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na última quinta-feira (20) e tem como base uma série de emails entregues pela farmacêutica à CPI da Covid em caráter sigiloso.
Os 10 emails foram enviados entre 14 de agosto (quando a primeira oferta foi feita) e 12 de setembro de 2020. De acordo com os documentos, a oferta previa opções de 30 e 70 milhões de doses do imunizante. A proposta tinha validade até 29 de agosto.
A reportagem informa que a Pfizer mandou emails por três dias cobrando uma resposta do governo, até que uma representante da empresa telefonou para uma técnica da Sctie (Secretaria de Ciência Inovação e Insumos Estratégicos).
A oferta previa começar a imunização em dezembro de 2020, com 1,5 milhões de doses e outras 3 milhões de unidades no primeiro semestre deste ano. O governo brasileiro fechou acordo com a farmacêutica apenas em março deste ano e adquiriu 100 milhões de doses.
Ainda segundo a reportagem da Folha, em 26 de agosto, Alejandro Lizarraga, outro representante da Pfizer, enviou um email ao Ministério da Saúde. Em 29 de agosto, após o vencimento da oferta, um novo email da empresa foi enviado.
Em 15 de setembro (três dias após o presidente da Pfizer enviar uma carta ao Brasil), outra representante da empresa encaminhou o email com o teor da oferta de vacinas a secretarias e técnicos do Ministério da Saúde, em que informou não ter recebido uma resposta anteriormente. A pasta ainda não se manifestou sobre o teor dos emails.
Redação TV Cultura