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TIRO E QUEDA 30/10

TIRO E QUEDA, por Altair Nery.

Final de semana o Brasil viveu a eleição do capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro, como presidente do Brasil para os próximos 4 anos.

Foram as urnas, 115.932.951 eleitores, dos quais, 104.838.275 votaram ou Bolsonaro ou em Haddad, dando 57,7 milhões de votos ao candidato do PSL.

Chama atenção, a quantidade de brasileiros que preferiram se abster, deixaram de comparecer, provavelmente por não querer decidir entre os dois candidatos representantes de duas extremas. Mais de 31,3 milhões de brasileiros fizeram esta escolha. Somando-se aos outros 11 milhões que votaram branco ou nulo, quase empataram com os votos de Haddad, 42 milhões de brasileiros (Haddad teve 47 milhões de votos). Seria quase que uma “terceira via”.

Mas o que levou os eleitores a optar por “ficar de fora” do processo?

Talvez o clima acirrado e apesar de vivermos em uma república, clima “nada republicano” entre os candidatos, com xingamento, acusações e ameaças, tenha afastado ainda mais o já desconfiado eleitor. Ficou claro que o brasileiro não queria mais do PT. Ficou claro também, que o brasileiro não suporta discurso de exclusão, palavras que disseminam pensamentos que não são bons.

Este Tiro e Queda teria outro assunto hoje como tema, não iriamos falar nada em violência, mas alguns acontecimentos que foram registrados em Alta Floresta, mostram que ainda precisamos falar muito para quem sabe alertar as pessoas de que a eleição já acabou, já tem um vencedor e que precisamos respeitar a todos.

E é bom esclarecer que, numa eleição democrática, não existe, como no caso, 47 milhões de perdedores, nós eleitores não perdemos nada, pelo contrário, ganhamos um novo presidente, quem votou no Bolsonaro ganhou, quem votou no Haddad ganhou, quem votou em branco, nulo ou se absteve também ganhou. Para quem votou nele, é o presente escolhido, quem votou contra (ou não voltou) pode não ter ganho o presente que queria, mas ganhou, ou seja, não podemos perpetuar um sentimento de disputa, para que não aconteça o revanchismo que iniciou após a eleição da Dilma Roussef, em que Aécio incitou seus eleitores e o resto a história todos já sabem. Se há um perdedor nesta história, ele é apenas o Haddad e o PT.

O que não pode é irmão atacar irmão, ser humano atacar ser humano e as pessoas não se respeitarem.

Durante as comemorações, em Alta Floresta, alguns eleitores chegaram a cortar os bancos de algumas motos estacionadas em determinado local da avenida, só porque eram motos de eleitores adversários. Os relatos de violência no Brasil são muitos. Pessoas baleadas em São Paulo, ameaças em redes sociais, até alunos e uma universidade em Brasília foram atacados.

Mas o pior relato mesmo é aqui de Alta Floresta. Uma mulher, de 39 anos, suicidou-se para amanhecer desta segunda-feira. No dia anterior ela tinha tido problemas na hora de votar porque insistiu, apesar de orientada pelos fiscais a não fazer, em tirar foto da urna. Segundo o que foi divulgado na semana que antecedeu a votação, por um dos filhos do até então presidenciável, era para os eleitores fazerem fotos nas urnas e enviar a uma espécie de “central” ou coisa parecida. A mulher de Alta Floresta que fez as fotos, sofria problemas psicológicos, chegou a ser presa, mas liberada para a família. Sozinha no quarto, depressiva, ela resolveu tirar a própria vida. Apesar da coincidência, não foi  confirmação se há relação com o ocorrido no domingo.

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