Tiro e Queda, por Altair Nery
O deputado federal Cabo Daciolo (Patriota-RJ) pediu ontem à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, a anulação do primeiro turno das eleições e a adoção do sistema de cédulas. O parlamentar, que concorreu à Presidência da República, aponta que no último domingo “inúmeras denúncias de mau funcionamento” e de “adulteração de grande contingente de urnas” surgiram em todas as regiões do País.
Na noite do último domingo, o TSE informou que um total de 2.400 urnas foram substituídas no primeiro turno das eleições, uma queda de 54,50% no total de ocorrências em relação ao pleito de 2014 (5.275). O número de urnas trocadas representa apenas 0,46% do total de 454.493 urnas que foram utilizadas no primeiro turno.
Indagado sobre a neutralidade no segundo turno, Cabo Daciolo fez críticas aos candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). “Um prega o comunismo e está querendo fazer do Brasil uma Venezuela. O outro quer liberar tudo, quer colocar arma na mão de todo mundo, privatizar tudo, ‘bandido bom é bandido morto’. Bandido bom é lavado e remido no sangue do senhor Jesus, transformado. Então nem Haddad, nem Bolsonaro”, disse Daciolo, afirmando que ele é o “candidato bom”. Tá amarrado em nome de Jesuisssshhhh
Debate na Band e Rede Tv, quer dizer… sem debate.
Pela primeira vez na história, pode ser que um segundo turno seja decidido sem que haja debates nas emissoras de TV, isto porque, as Redes Band e Rede TV, tiveram que cancelar os debates que realizariam depois que o candidato Jair Bolsonaro desistiu, seguindo orientação médica, de participar de debates até o dia 18. Depois disto será feita nova avaliação.
Desta forma, fica adiada, se é que haverá, o encontro “olho a olho” entre Bolsonaro e Haddad, que no primeiro turno, no único debate em que participou (depois deste sofreu atentado em MG), Haddad ainda não tinha sido oficializado como candidato a presidência da república.
#Bolsonarocagão
A “fuga do mito”, acabou virando assunto principal no twitter, com os usuários da rede fazendo a hashtag #Bolsonarocagão ser a segunda mais comentada do mundo.
O deputado federal do PT Paulo Pimenta criticou, na rede social, a decisão de Bolsonaro. “O capitão pode dar entrevista pro Datena, pro Casoy, pro Ratinho e pra Record, mas não pode participar de um debate”.
Já Fernando Haddad, representante chegou a afirmar depois do anúncio de Bolsonaro que vai “até a enfermaria em que ele estiver” para debater.
Pela lei eleitoral, a obrigação das emissoras que promovem os debates é comprovar o convite ao candidato com 72 horas de antecedência ao debate, e ter previamente estabelecido e divulgado o acontecimento em sua grade de programação. Caso apenas um candidato compareça ao evento, o debate pode ser transformado em entrevista com o referido candidato, segundo o acórdão nº 19.433, de 25 de junho de 2002.
No entanto, as emissoras preferiram cancelar as datas e analisam a realização em outras datas posteriores ao final do atestado médico do candidato do PSL, quando a lei poderá ser posta em prática e o debate, em caso de não comparecimento de Bolsonaro, vire uma “entrevista de luxo” com o candidato petista, já que os horários ocupados são os considerados horário nobre da TV.