A Polícia Judiciária Civil de Sorriso realizou a prisão de um casal na manhã desta quinta-feira (14) suspeito de tentar matar, via enforcamento, uma criança de 12 anos.
A mãe adotiva da criança e o padrasto são apontados em investigação como os autores da tentativa de homicídio contra a menor, ocorrida em agosto de 2017.
A captura dos suspeitos foi realizada em cumprimento de mandado de prisão expedido pelo Judiciário, após representação da Polícia Civil. A mulher, que é professora, foi presa ao chegar na escola em que trabalha. Já o padrasto foi preso em casa quando se preparava para sair.
Na época dos fatos, o casal declarou ter ocorrido uma tentativa de suicídio, por meio de enforcamento. A Polícia Civil suspeitou da narrativa ao constatar, por análise de câmera de videomonitoramento, que passaram-se duas horas antes dos responsáveis acionarem o Corpo de Bombeiros. Antes, 40 minutos após o crime, os suspeitos chegaram a chamar um pastor evangélico para expulsar um demônio do corpo da menina.
Devido à gravidade das lesões, a criança foi transferida para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Capital. A mãe se recusou a acompanhar a criança justificando que iria se casar no dia seguinte e falou que uma amiga acompanharia a menor.
Em outro momento, com a criança ainda internada e sem condições de falar por conta dos ferimentos, a menor teria “caído” da cama, quando estava acompanhada da mãe, fato que fortaleceu as suspeitas contra o casal.
Conduzida à cidade de Sorriso, em uma casa de apoio para menores desde fevereiro deste ano, e com auxílio intenso de psicólogos a menina, hoje com 13 anos, só voltou a falar em maio e, enfim, contou como ocorreram os fatos.
No dia do enforcamento, a criança teria mexido em uma caixa de DVDs do padrasto, e por conta disso apanhou e foi enforcada com o fio do ventilador.
De acordo com o delegado da Polícia Civil, Andre Eduardo Ribeiro, a mãe participou de forma omissa na tentativa de homicídio. “No momento do crime ela acompanhava tudo na sala, cantando enquanto a menina era enforcada”.
A menina relatou que apanhava muito da mãe adotiva e do padrasto e era obrigada a fazer todas as tarefas domésticas.
Os suspeitos serão colocados à disposição do Judiciário para deliberação. A menor está sob guarda do pai adotivo. (FolhaMax)