Ontem eu acompanhei, até participei em determinados momentos de uma entrevista na Rádio Bambina, programa Atualidades, com a juíza/diretora do Fórum da Comarca de Alta Floresta, dra Milena Ramos e o presidente da OAB, dr Celso Reis, sobre a doação de uma área para a construção do novo prédio do Fórum, que será às margens da MT 208, no loteamento Aquarela Hamoa (loteamento aberto na entrada do Hamoa Residencial, este fechado) que está sendo idealizado pela empresa JMD Empreendimentos.
Na entrevista, durante as considerações da magistrada em torno do assunto, uma expressão me chamou a atenção, quando ela disse que este tipo de polêmica é uma “novidade” já que em outras cidades as doações se deram de maneira tranquila, sem que houvesse polêmica.
Ainda que a discussão em Alta Floresta tenha sido exagerada, para alguns, é preciso não perder de vista o fato de que a Câmara de Vereadores exerceu “seu papel” ao discutir o assunto à exaustão, se é que houve exaustão, vez que a matéria seguiu o seu curso planejado, Regime de Urgência especial. Dispensados os prazos de comissões, os pareceres foram sendo feitos à moda “control C, control V” e assinados pelos seus integrantes para, em plenário, receberem, como de fato receberam o condão do Legislativo, neste caso, positivo.
Penso que a polêmica foi benéfica para a sociedade.
Outra afirmação da juíza, é quanto ao valor que será despendido pelo Tribunal de Justiça no nosso Fórum, entre 15 e 20 milhões para a construção da nova sede.
Se o que reclamamos é a ausência do Estado em termos de investimentos, essa obra servirá para aplacar um pouco a sensação de que fazemos parte do “vale dos esquecidos” pelo governo, ainda que o recurso seja do Poder Judiciário.
A verdade é que Alta Floresta está dando um passo importante, mesmo que de alguma forma seja interessante àqueles que doaram o terreno, falo do empreendimento, que destinou o terreno ao município que doou ao Estado, também será interessante para a população. Alta Floresta cresce, a olhos vistos, o que falta na cidade é uma coisa chamada organização, planejamento, pensamento lógico e futurista, “defeito” não apenas dos administradores atuais e do passado.
Que a cidade crescerá, não resta dúvida e este crescimento passa necessariamente pela ampliação da área territorial. Grandes metrópoles crescem verticalmente muito mais por falta de espaço, nós ainda temos muito para crescer na horizontal. Barrar este crescimento por questões políticas não é uma boa ideia, porém, o seu papel a Câmara fez na medida do possível, as matérias precisam ser discutidas para que o caminho a ser trilhado seja decisivo e duradouro.