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Crise da JBS reduz abate em MT

Folha Max

121b0834d50a41463d8ab816a4077741Quem olha os números da bovinocultura de Mato Grosso, com 29,6 milhões de cabeças e a recente liderança nas exportações de carne bovina, ultrapassando São Paulo, pode pensar que os pecuaristas mato-grossenses estão sorrindo à toa. Porém, não é bem assim.

Produtores estão preocupados com a crise econômica e política impulsionada pela JBS no país. A empresa do grupo J&F, que concentra 50% do abate no Estado, iniciou redução do abate de boi e prazo de 30 dias para pagamento aos produtores –antes, pagava à vista.

As medidas foram colocadas em prática desde a operação Carne Fraca e se intensificaram com o envolvimento dos irmãos Wesley e Joesley Batista em escândalos.

Nos últimos 60 dias, as indústrias frigoríficas do grupo interromperam pontualmente os abates no Estado.

Para o presidente da Acrimat (Associação de Criadores de Mato Grosso), Marco Túlio Duarte Soares, é preciso punir a JBS e seus acionistas, mas, no atual cenário, ela é fundamental aos criadores.

“Infelizmente a JBS é a maior empresa do país. Em Mato Grosso ela monopoliza o mercado e, em algumas regiões, só existe ela.”

Das 22 empresas atuam em Mato Grosso, 11 são da JBS.

O setor pede ajuda do governo federal e do BNDES, pois há 16 plantas paradas.

O presidente do Sindicato Rural de Cuiabá, Jorge Pires de Miranda, defende que empresas de médio e pequeno porte assumam as plantas.

Um dos maiores criadores do Estado, o pecuarista Luis Olavo, disse que é preciso torcer pela JBS. “Não temos alternativas no momento. Ruim com eles, pior sem eles.”

TENSÃO

Em Mato Grosso do Sul, o clima de tensão não é diferente. O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Maurício Saito, disse que a JBS abate cerca de 45% do total do Estado.

Por outro lado, ele disse que o momento de crise da JBS cria oportunidade para que outros frigoríficos aumentem a competitividade.

Para Eumar Novacki, secretário-executivo do Ministério da Agricultura, só com a fomentação de pequenos e médios frigoríficos será possível fortalecer o mercado e superar monopólio na área.

POSIÇÃO DA JBS

A JBS esclarece que:

1) Em maio, padronizou todos os processos de compra de gado no Brasil, com pagamento no prazo de 30 dias, o que já acontecia em 97% das praças onde atua. O pagamento em 30 dias sempre foi o padrão no mercado brasileiro.

2) a empresa ajusta seu volume de compras em linha com as demandas de mercado, que ainda se ressente da queda do consumo interno —movimento causado pela economia retraída dos últimos anos.

3) Assim, as mudanças mencionadas na política de compras da companhia estão atreladas às condições de mercado, e não a eventuais impactos do acordo de colaboração.

4) A empresa informa ainda que as operações da JBS no Brasil e no mundo continuam em ritmo normal. A companhia tem uma situação financeira robusta e todas as estratégias em andamento estão dentro do plano de negócios previamente estabelecido.

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