Pela primeira vez em quase 80 anos, em 2017 o Brasil deverá ter superávit de energia, segundo o Boletim Mensal de Energia, documento elaborado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), divulgado ontem (4). Esse é o melhor resultado desde 1940, ano inicial de disponibilidade de estatísticas globais de energia.
Segundo o boletim, a estimativa de Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) deste ano é de 631,7 terawatts-hora (TWh), o que corresponde uma elevação de 1,9% na comparação com 2016. Já a proporção de fontes renováveis deve permanecer acima de 80% este ano.
De acordo com o levantamento, o superávit é resultado das altas taxas de crescimento na produção de petróleo e de gás natural, associadas a uma baixa demanda global de energia. A produção de petróleo acumula alta de 10,9% até junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em junho, segundo o boletim, o aumento foi de 5%. Já a produção de gás natural cresceu 8,9% no ano e 7,4% até junho.
Conforme as previsões para este ano, a demanda total de energia deve crescer aproximadamente 1,5% e a demanda total de energia elétrica cerca de 2%. “As fontes renováveis na matriz energética ficam acima de 42% e as renováveis na matriz de oferta elétrica acima de 80%. A energia eólica sobe mais de 1 ponto percentual na matriz elétrica”, diz trecho do boletim.
Em junho, a produção de biodiesel cresceu 22,5%, com expansão de 3,1% no ano. “O resultado contribui para a possibilidade de superávit, além da contribuição para a manutenção de uma matriz energética com alta proporção de renováveis”, diz trecho do boletim.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o boletim tem como objetivo acompanhar um conjunto de variáveis energéticas e não energéticas para elaboração de estimativa do comportamento mensal acumulado da demanda total de energia do Brasil.