Um pedido de afastamento dos deputados, ex-deputados, que hoje ocupam outros cargos eletivos, e de outros citados pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que exercem funções no poder público, foi protocolado pela ONG Moral no Ministério Público Estadual (MPE), nessa quarta-feira (30).
São mais de 80 nomes citados por envolvimento em esquemas de corrupção no governo de Mato Grosso, no acordo que Silval Barbosa firmou com a Procuradoria Geral da República (PGR) e que já foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre os citados estão três prefeitos: Emanuel Pinheiro (PMDB), de Cuiabá; Luciane Bezerra (PSB), de Juara, a 690 km da capital, e Thelma de Oliveira (PSDB), de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá. À época, Emanuel e Luciane eram deputados estaduais e Thelma, deputada federal. Todos eles negam as irregularidades.
O coordenador da ONG, Gilmar Brunetto, afirmou que os os crimes de corrupção listados por Silval Barbosa nos depoimentos reforçam as suspeitas de crimes que já existiam. “Nossa expectativa é que o Ministério Público cumpra com a sua missão, leve isso ao TJ e que todos os envolvidos nessa delação sejam afastados”, afirmou.
Em nota, o Ministério Público Estadual (MPE) informou que já solicitou à Procuradoria Geral da República o compartilhamento de provas apresentadas por Silval Barbosa na delação e que não pode tomar nenhuma medida sobre o caso até ocorra o “fatiamento” da investigaçao.
Mais 10 deputados de MT estão na lista. São eles: Guilherme Maluf (PSDB), José Domingos Fraga (PSD), Oscar Bezerra (PSB), Baiano Filho (PSDB), Pedro Satélite (PSD), Sebastião Rezende (PP), Wagner Ramos (PSB), Mauro Savi (PSB), Romoaldo Júnior (PMDB), Dilmar Dal’Bosco (DEM), Gilmar Fabris (PSD), Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD), além do deputado federal Ezequiel Fonseca (PP).
Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) também aparecem.
Versões
O deputado Romoaldo Júnior afirmou que ninguém do governo lhe pediu lista ou relação com nome de deputados para que fosse facilitada a aprovação de projetos na Assembleia Legislativa e que “a verdade será revelada”.
Os deputados estaduais Nininho e Wagner Ramos disseram que não irão fazer declarações sobre assunto no momento. A ex-deputada e atual prefeita de Juara, a 690 km de Cuiabá, Luciane Bezerra, afirmou, por meio de nota, que o dinheiro recebido era para quitar uma dívida pessoal contraída por Silval Barbosa, como empresário, com o marido dela, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), não se tratando de propina.
O atual deputado federal Ezequiel Fonseca, os deputados estaduais Pedro Satélite, Sebastião Rezende e Guilherme Maluf negam participação no esquema. A ex-deputada estadual Teté Bezerra também negou ter recebido propina e disse que a delação “é absurda, mentirosa e irresponsável”.
A assessoria do deputado Baiano Filho disse que ele está viajando. A reportagem não conseguiu contato com os deputados Gilmar Fabris e Dilmar Dal’Bosco.