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Índios querem que “urnas funerárias” sejam devolvidas à natureza

Urna funerária

Ilustração

Da redação/
Kariny Santos

A reportagem do O Diário conversou com uma liderança indígena, que está atuando no apoio aos cerca de 200 índios que estão ocupando o canteiro de obras da Usina São Manoel desde o início da noite do último sábado, 15. Nosso entrevistado, por meio de mensagens de celular, pediu para não ser identificado, mas confirmou a pauta de reivindicações dos indígenas que estarão reunidos na próxima quarta-feira, 19 com o presidente da Fundação Nacional do índio.

Uma das reclamações é quanto aos locais sagrados dos índios que teriam sidos destruídos durante a construção da Usina, na divisa entre Mato Grosso e Pará. O líder indígena afirma que “urnas funerárias” foram retiradas do local e levadas a um museu em Cuiabá. “As urnas funerárias são relíquias religiosas pelo povo Munduruku, deixado pelo seus antepassados, peças que foram encontradas e retiradas durante a construção da usina Teles Pires, e que estão guardadas no museu em Cuiabá”, afirmou.

“É uma manifestação pacífica, não estão bloqueando nada, não é com objetivo de parar obra, nem destruir nada, oque tão fazendo sobre a ocupação na obra é com objetivo de trazer autoridades governamentais para falar com eles pessoalmente referente algumas demarcações de terras indígenas Sawre muybu”, afirmou o líder indígena em relação aos ocupantes do Canteiro de Obras.

Sobre as urnas funerárias, o líder indígena explicou que, o objetivo é que as urnas, que são peças de barro de diversos tamanhos, sejam devolvidas à natureza em local onde não haja acesso de nenhum ser humano. “As urnas são tipo panelas de barros, só que são de vários tamanhos, antigamente corpos humanos eram colocados nessas peças, ali era morada antiga dos povos ancestrais, por isso é sagrado e tudo que existiu ali ficou sagrado”, explicou. As urnas, segundo o nosso entrevistado, foram levadas à “um museu” em Cuiabá há cerca de dois anos.

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