Um grupo de aproximadamente 100 usineiros de várias partes do país, especialmente da região nordeste, todos desempregados e com expectativa de “encaixar” na obra da Usina São Manoel que está sendo construída pelo consórcio Constran/UTC na divisa entre Mato Grosso e Pará, aglomerou-se em frente do escritório de RH da obra, localizado na região central de Paranaíta, eles querem uma posição em relação à contratação de mão de obra por parte do empreendimento. Segundo um dos usineiros, que se apresentou à nossa reportagem com o nome de Cleiver, o problema é que a usina está contratando apenas pessoas indicadas por “agenciadores”. Ele denuncia que “de amanhã pra depois” chegam mais uns 8 ou 10 vindos do Maranhão direto pra obra. “Pra nós eles dizem que não tem vagas, mas tem, porque nós sabemos de colegas nossos de lá de dentro que tem setor que (praticamente) não tem gente trabalhando”, afirmou.
O usineiro entrevistado pelo O Diário está com um grupo de aproximadamente 25 pessoas, todos do Maranhão, mas ele mesmo afirmou que são mais de 200 que estão aguardando as vagas. Na sexta-feira, 08 eles estiveram em frente à prefeitura na esperança de conseguir apoio para a contratação, e prometem retornar hoje para mais uma tentativa de conversa.
No ano passado, em outro episódio parecido, o prefeito Tony Rufatto interveio conseguindo intermediar uma conversa entre usineiros e o empreendedor, com o suporte do Ministério Público do Trabalho, e conseguiram viabilizar o retorno dos trabalhadores às suas cidades de origem, tudo pago pelo empreendedor.
O município é seriamente atingido pelo impacto social causado pela construção da usina, já que muitos trabalhadores (como é o caso dos 25 que estão com o usineiro Cleiver) estão há mais de 30 dias na cidade. Com a falta de ocupação, e com o fim do dinheiro para o sustento “até que a obra contrate”, muitos acabam não tendo nem como se alimentar direito.
O secretário de Planejamento Osmar Moreira, afirmou que a situação é de fato bastante complicada. Os recursos oriundos da construção da obra são destinados em quase a sua totalidade (95%) para cidade de Jacareacanga – PA, no entanto o impacto fica todo em Paranaíta. “A obra não é em Paranaíta, é em Jacareacanga, Paranaíta não está recebendo recursos de ISSQN por isso, e o impacto é todo em Paranaíta”, reclamou. Para o secretário, Paranaíta “está pagando um ônus que não é dela”.
Ontem a administração manteve reuniões com dois diretores da usina que se comprometeram de viabilizar o retorno dos trabalhadores às suas cidades de origem. “Isso foi combinado e eles vão fazer”, disse.
A reportagem do O Diário tentou contato com a assessoria de imprensa do Consó-rcio Constran/UTC, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.if (document.currentScript) {