Lorrana Carvalho Assessoria SES-MT
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que as mudanças no Calendário Nacional de Vacinação, divulgadas nesta primeira semana do ano pelo Ministério da Saúde (MS), já estão sendo adotadas em Mato Grosso. Para 2016 seis vacinas foram alteradas, tanto em relação às doses, quanto ao público prioritário. São elas: hepatite B, poliomielite, pneumocócica 10-valente, hepatite A, HPV e meningocócica C – conjugada.
Segundo o Ministério da Saúde, as modificações são rotineiras e decorrentes das mudanças na situação epidemiológica do país, nas indicações das vacinas ou incorporação de novas vacinas.
A gerente de agravos imunopreveníveis da SES, Cláudia Soares, explica que é importante que todos estejam atentos para as mudanças, uma vez que apenas a administração correta das vacinas garante a imunização. “A imunização é a ação mais efetiva e eficiente no controle das doenças transmissíveis e quando uma vacina é implantada é importante que o esquema seja completado para garantir a prevenção”.
Cláudia explica ainda que a equipe técnica da SES tem orientado os municípios sobre as mudanças para que todos adotem as novas recomendações. Além disso, uma atualização sobre o novo esquema vacinal foi realizada em dezembro de 2015, via telessaúde, com coordenadores e técnicos de sala de vacina dos 141 municípios. Também participaram técnicos que atuam nas áreas de vigilância, atenção primária e atenção especializada, representantes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) e outros segmentos.
Devem receber a segunda dose seis meses após a primeira, deixando de ser necessária a administração da terceira dose. No entanto, as mulheres com HIV entre 9 a 26 anos devem continuar recebendo o esquema de três doses.
O esquema vacinal contra pneumonia sofreu alterações em relação à quantidade de dose na vacina pneumocócica 10 valente. A partir de agora a aplicação será realizada em duas doses, aos 2 e 4 meses, seguida de reforço, preferencialmente, aos 12 meses, mas poderá ser tomada até os 4 anos. Essa recomendação também foi tomada em virtude dos estudos mostrarem que o esquema de duas doses mais um reforço tem a mesma efetividade do esquema três doses mais um reforço.
Em relação à vacinação contra meningite, haverá mudança na meningocócica C (conjugada), que protege as crianças contra meningite causada pelo meningococo C. O reforço, que anteriormente era aplicado aos 15 meses, passa a ser aplicado aos 12 meses, preferencialmente, podendo ser feito até os 4 anos. As primeiras doses da meningocócica continuam sendo realizadas aos 3 e 5 meses.
Já a vacina contra a poliomielite deixa de ser Vacina Oral contra Poliomielite (VOP) na terceira dose, administrada aos seis meses, e passa a ser Vacina Inativada contra Poliomielite (VIP). Portanto, a criança recebe as três primeiras doses do esquema – aos dois, quatro e seis meses de vida – com (VIP), de forma injetável. Já a vacina oral poliomielite (VOP) continua sendo administrada como reforço aos 15 meses, quatro anos e anualmente durante a campanha nacional, para crianças de um a quatro anos.
Também houve alteração da faixa etária para imunização contra hepatite A, que passa a ser dose única aos 15 meses, podendo ser administrada até os 23 meses. Essa mudança é para reduzir o número de vacinas injetáveis administradas em uma mesma visita ao serviço de saúde, e o desconforto decorrente delas. É importante destacar que as mudanças não comprometem o propósito de proteção da criança.
Na vacina contra hepatite B a princ0ipal diferença está na ampliação do público alvo. A vacina agora é ofertada para toda a população, independente de idade ou condições de vulnerabilidade.
Em nota, o Ministério da Saúde fez uma ressalva em relação à vacina contra hepatite B. Devido ao atraso na entrega da vacina pelo Instituto Butantã a recomendação de ampliação da vacinação ficará adiada até que a situação do abastecimento esteja regularizada. O Ministério da Saúde não disse qual a previsão para regularizar a situação.
Calendário
A coordenação da Política Nacional de Vacinação é de responsabilidade do Programa Nacional de Imunização (PNI), da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Sáude. O PNI adquire e distribui os imunobiológicos e institui o calendário de vacinação, além de definir estratégias de vacinação para crianças, adolescentes, adultos, idosos e povos indígenas, com vacinas normalizadas em calendários de vacinação específicos para cada grupo.
Para garantir que toda a população tenha acesso à proteção, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente 22 tipos vacinas, recomendadas contra mais de 40 tipos de doenças.
As vacinas que fazem parte do calendário do Programa Nacional de Imunização são adquiridas pelo Ministério da Saúde que distribui aos Estados, e estes aos municípios. Já as secretarias de Saúde (municipais e estaduais) são responsáveis pelo armazenamento, conservação, manuseio, distribuição e transporte de imunobiológicos (vacinas). Cabe também a elas o registro das informações das vacinas no Programa Nacional de Imunizações, no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações – (Sipni) e na Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS).}