Desde o final de semana, cirurgias eletivas e atendimento ambulatorial estão paralisados no Hospital Regional por falta de pagamento aos médicos, e o quadro pode piorar ainda mais já que o Pronto Socorro poderá também ser atingido pelo movimento dos médicos que cobram repasses, em alguns casos, de 2014 ainda. Já existe até uma data para a paralisação das atividades, dia 15. Pelas informações obtidas com exclusividade pelo Jornal O Diário, duas equipes médicas não receberam 2014, uma terceira equipe médica não recebeu abril, maio e junho, e todos não receberam relativo à maio e junho. A fonte que nos confirmou esta informação disse não entender o porque do “tratamento diferenciado, porque algumas equipes foi pago e a outros não”.
O tratamento “diferenciado” com relação ao Hospital Regional fica evidente quando os médicos obtém a informação de que profissionais de Cáceres e Rondonópolis, por exemplo, já receberam relativos à junho e não têm nenhum salário atrasado. Indagado sobre a informação repassada pelo Conselho de Saúde de Alta Floresta, que afirma que 3,1 milhão de reais teriam sido repassados no mês para o HRAS, nosso entrevistado afirmou que estes valores estariam errados. O dinheiro que Alta Floresta faz jus, é de R$ 1,807 milhão de reais oriundos de repasses do Ministério da Saúde, mais a contrapartida do estado, que ficam na verdade, todo em Cuiabá que decide quem paga e como paga.
A situação dos médicos é ainda mais complicada porque eles não são funcionários do HRAS, em sim, “prestadores de serviços”, num modelo de contratação que foi criado ainda no Governo Blairo Maggi e da ex-prefeita Maria Izaura, quando, na condição de presidente do Consorcio de Saúde, encontraram uma maneira de “burlar” a legislação para não ultrapassar o índice de folha de pagamento. Na prática, médicos não tem direito à férias, 13º salário, nem de descanso remunerado e outros direitos trabalhistas que são suprimidos diariamente desta classe profissional.