Suspeito foi preso em uma chácara, nesta segunda (15), em Cuiabá.
Sebastiana Paniagua, de 27 anos, foi encontrada morta no dia 5 de junho.
O técnico de informática Charles França de Campos, de 26 anos, confessou à polícia ter assassinado a ex-mulher dentro de um motel, após ter tido relação sexual com ela e, em seguida, ter jogado o corpo dela próximo ao aterro sanitário de Cuiabá, na estrada que dá acesso ao Bairro Barreiro Branco. A jovem Sebastiana Aparecida Paniagua Lopes, de 27 anos, estava grávida de quatro meses e o suspeito foi preso na manhã desta segunda-feira (15), em uma chácara localizada na Comunidade de Aguaçu, na capital.
De acordo com a Polícia Civil, Charles ainda tentou fugir ao ver os policiais chegando e correu em direção a um matal. Porém, acabou preso. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), a jovem foi esganada e o laudo apontou que ela morreu por asfixia. O crime ocorreu na noite de 4 de junho e o corpo foi encontrado por moradores, na tarde do dia 5.
No momento da prisão, o suspeito contou que mantinha um relacionamento com a vítima há, pelo menos, dois meses, e que ninguém da família estava sabendo do caso. Sebastiana e Charles já foram casados e estavam separados há nove anos. Eles tiveram dois filhos, de 10 e 12 anos, e moravam com a jovem.
O delegado Fausto Freitas, responsável pelo inquérito aberto na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que o suspeito contou, informalmente, que desconfiava da gravidez da ex-mulher e, por conta disso, houve uma discussão entre eles, no quarto do motel.
Durante a briga, Charles a teria estrangulado. Depois, transportou o corpo no banco de trás do carro e o jogou na estrada.
“Ele só não contava que a vítima havia comentado com as amigas de trabalho que, na naquela noite, sairia com o ex-marido e que o mesmo suspeitava de sua gravidez”, explicou o delegado.
Sebastiana trabalhava há seis meses na lanchonete de um shopping. Foi por meio de testemunhas que a polícia levantou os indícios contra o suspeito, que deverá responder por homicídio qualificado. Uma semana após o crime, Charles foi ouvido na DHPP e negou qualquer envolvimento com o assassinato.
Naquela ocasião, ele apresentou a versão de que buscou a ex-mulher no trabalho, após o expediente, e a deixou em uma rua próxima a casa dela, para que ninguém da família visse o casal. Após isso, foi para uma festa se encontrar com amigos. O percurso, em sua versão, teria demorado duas horas.
no dia 4 de junho.
O delegado explicou que houve contradição durante o depoimento do suspeito. O trajeto em questão, por exemplo, leva 20 minutos para ser realizado e não duas horas como relatado, conforme o delegado.
As investigações revelaram ainda que Charles teria pedido para uma testemunha ir até a delegacia e mentir que estava com ele no horário em que ocorreu o crime. Outro indicio que teria levantado suspeita contra o ex-marido é que ele se negou a fornecer material genético para fazer o confronto com o material colhido na vítima.
“A ação ocorreu de forma fria e ele planejou esse álibi. O suspeito cometeu o crime e realmente foi para uma festa. Lá, ele se reencontrou com uma garota com quem já teve relacionamento, tiveram relação sexual em um motel, e ainda foram parar em uma farmácia, pois, ele queria que a jovem tomasse a pílula do dia seguinte”, destacou.
Além disso, o suspeito tem histórico de violência doméstica, como informou a Polícia Civil, e é acusado de ameaça contra a jovem. Sebastiana conseguiu na Justiça, no último ano, uma medida protetiva contra o suspeito. Charles preferiu não se manifestar sobre o caso, ao chegar algemado à DHPP. Ele deverá ser interrogado, nesta segunda, e encaminhado para a Penitenciária Central do Estado (PCE), antigo Pascoal Ramos.