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Desde que começou a sua vereança, Rogerio Colicchio (PT) se obstinou em mudar o horário das sessões para o período noturno, em outras duas oportunidades ele já tinha tentado emplacar este projeto, sem sucesso. Ontem, de novo, a matéria foi levada à plenário e, de novo, o vereador acabou derrotado, só que desta vez, ele foi além e durante a discussão e acabou agredindo verbalmente aos que se posicionaram contrário à sua pretensão. “Vote num projeto de lei que é extremamente importante pra participação das pessoas nesta casa de leis, pra democracia da política no nosso município… não seja demagogo, não seja leviano, não venha aqui dizer outras coisas”, atacou.
Os discursos seguintes acabaram sendo inflados. Emerson Machado, que se posicionou contrário à matéria, iniciou dizendo que não iria entrar “na pilha” de Colicchio e mandou um recado, “não é com alteração de voz que vou votar no seu projeto, sou contra ele e não é alterando que você vai me convencer, não adianta ficar nervoso, dar piti aqui”, disse.
Machado disse que o vereador apresentou o projeto, mas não discutiu sobre os motivos que o levou a apresenta-lo, “o senhor nunca me procurou pedir voto, sabendo que eu sou contra”, e devolveu a acusação. “Leviano é vossa excelência, cuidado com o que você fala, você não xingou um, xingou todos”.
O vereador lembrou que durante toda a história de Alta Floresta, em três oportunidades, a Câmara mudou a sessão para o período noturno, mas teve que recuar justamente pela ausência das pessoas em participar das atividades. Em uma das oportunidades, segundo o vereador Oslen Dias, o Tuti, o próprio grupo Guardiões da Cidadania defendeu a mudança para o período noturno mas, “em três ou quatro sessões nem eles estavam mais aqui”. Tuti aliás, lamentou o nível que a discussão tomou. “Lamentável a gente chegar num nível desta forma”, e afirmou, “eu não encontrei um cidadão de Alta Floresta que retenha pedido pra passar sessão pra noite, um sequer, nenhum eleitor meu, nenhum eleitor do Elói, do Dida, do Bernardo, do Jiló, do Charles, de qualquer um, então, eu acho que isso é desespero eleitoral”.
Mas um vereador em especial ficou muito magoado com o que ouviu da boca de Colicchio. O presidente da Câmara, Elói Crestani, pediu respeito para com ele e seus pares,“vereador, querendo me obrigar a eu votar, chamando que é leviano, leviano pode ser ele, ele tem que respeitar nós vereadores”, e ainda emendou, “o senhor quer bater de galinho, bater as asinhas, vá bater lá no seu terreiro, não em cima de vereadores”, resignou-se e finalizou, “não poderia levar pra casa esse nó na garganta, não sou leviano”.
O projeto foi rejeitado, apesar do esforço de Colicchio, pela terceira vez, em tentar mudar o horário da sessão.
