O vice governador de Mato Grosso Carlos Fávaro, acompanhado de dois deputados federais, Nilson Leitão e Victório Gali, de deputados estaduais, prefeitos da região, reuniu-se na sexta-feira, 29, com representantes do setor madeireiro de Alta Floresta e região para discutir o travamento da Sema que tem gerado uma série de dificuldades para o setor.
Depois de mais de três horas de reunião, o governador apresentou sua proposta de solução a médio e longo prazo e também sobre ações emergências que poderão ser adotadas pelo governo. “Estamos tomando medidas para agilizar (os trabalhos) e uma das principais medidas é a desconcentração da Sema”, disse, afirmando que Alta Floresta será o primeiro município matogrossense a ser descentralizado de Cuiabá. “Aqui no município nós teremos a unidade da Sema pronta, apta e capacitada para fazer todos os licenciamentos”, disse.
Ele anunciou que no dia 8 de junho virão técnicos para a realização de cursos de capacitação dos servidores da Sema. “O projeto é, até dia 26 de junho, todos os técnicos capacitados e aí a implantação de fato, já no mês de julho”, disse, reconhecendo que a “desconcentração” da Sema garantirá resultados em médio e longo prazos. “Imediatamente nós temos que fazer ações, em Cuiabá, para dar agilidade na liberação dos processos, está sendo contratado empresa terceirizada para fazer a leitura de imagens de satélite e também a contratação de pessoal”, disse. O quadro de funcionários subirá de 14 técnicos para tratar dos projetos da base floresta, para 24 técnicos.
Presentes à reunião, os prefeitos de Alta Floresta Dr Asiel, e de Paranaíta, Tony Rufatto, fizeram questão de dar apoio ao setor madeireiro, ao mesmo tempo em que demonstraram confiança nas mudanças propostas pelo vice-governador. “Hoje o setor madeireiro é uma das principais fontes de renda para a região de Alta Floresta e os projetos de manejo estão praticamente todos travados, na terça feira o setor vai ter uma reunião com o governador (Pedro Taques) e creio que isso será resolvido”, disse o prefeito Asiel demonstrando confiança no destravamento da Sema. Já Rufatto lembrou de muitos dos problemas que foram suportados ao longo da história pelo setor madeireiro, “o tempo que demora para aprovar um projeto faz com que a pessoa desanime, porque não tem como ficar emprestando dinheiro de agiota, dinheiro de banco, pra ficar bancando funcionário, então, na verdade eu estou aqui pedindo para o governador, o vice e os deputados que estiveram aqui hoje, que olhem pra esta classe com carinho, com respeito, porque é um setor que gera emprego e gera renda par ao estado”, disse.
O presidente do Simenorte – Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte, Frank Rogieri, disse que o destravamento da Sema é uma necessidade urgente, com riscos de sobrevivência do setor madeireiro. “Nós estamos numa semana de início de safra, mas um início de safra que nós não temos nada para colher, mas não foi culpa nossa, nós fizemos a nossa parte, fizemos nossos projetos de manejo, protocolamos na Sema, pagamos as nossas taxas, mas a Sema está ineficiente, está travada, mas se o governo do estado não tiver humildade para sentar e discutir isso desprovido de diferenças, de preconceito, nós não vamos avançar”, afirmou.
O dirigente classista voltou a dizer que há muitas empresas que estão ou fechando suas portas, ou em vias de fazê-lo diante das dificuldades geradas pela ineficiência do órgão que deveria dar agilidade ao setor. Sobre a desconcentração prometido pelo vice governador, Frank afirmou que a iniciativa é louvável, mas os profissionais também precisam de ações de curto prazo. “O madeireiro do estado de Mato Grosso hoje está na UTI. Oxigênio baixinho, coração batendo fraco, nós estamos precisando de um tratamento para quem está em estado de choque, isso é que nós estamos precisando do Estado de Mato Grosso”, finalizou.