A greve da rede municipal de ensino continua em Alta Floresta. Sindicato, Executivo Municipal e Ministério Público se reuniram na tarde desta quinta feira 19, para tentar um acordo, mas sem sucesso. A categoria vai continuar paralisada “até ter um parecer favorável do Executivo Municipal”. Enquanto a negociação acontecia no interior do MP, vários profissionais ficaram na frente do fórum aguardando o final da reunião, todos vestidos de branco simbolizando paz.
Após a audiência entre Ministério Público, Executivo e Sintep, a professora Ilmarli Teixeira, falou com os colegas que estavam do lado de fora. “Não somos nós responsáveis e únicos exclusivos pelo não planejamento da gestão do município, não vamos aceitar pagar essa conta, não somos nós os gestores, o nosso papel em sala de aula nós estamos fazendo, a administração faz diferença entre interinos e efetivos, nenhum de vocês são diferentes perante a justiça, abrir mão dos nossos direitos e dos 13% nós não abriremos mão”, disse Ilmarli.
Segundo o pronunciamento da professora Ilmarli, a Promotora de Justiça, Doutora Élide Manzini de Campos, queria que os profissionais voltassem pelo menos com 20 por cento dos funcionários para sala de aula, mas o sindicato explicou que a educação não tem como voltar apenas 20 por cento, onde a doutora recuou da decisão após um dos membros do Sindicato explicar como funcionam as escolas.
“A promotora Doutora Élide, pediu após a audiência de que nós possamos aguardar, em greve é claro, que ela vai tentar através do Ministério Público, rever essa questão de que o município não pode, dar os 13% em virtude da Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse Ilmarli.
Os profissionais querem a redução da Jornada de 40 para 30 horas semanais, equiparação salarial, técnico, apoio e TDI’s e extinção da tabela do interino. A presidente do Sintep falou com nossa reportagem logo após o fim da audiência. “Nós vamos entrar na justiça, a pedido do Ministério Público para requerer o que é de direito da categoria, pedimos para que os pais de alunos, aguardem como nós estamos aguardando e queremos que os pais venham para a rua com a gente, por que nem os pais, nem as crianças, nem os profissionais da educação tem culpa pela bagunça da administração”, disse Meire Mazurek.
A secretaria de Educação Lenita Kroker, falou com a reportagem do O Diário sobre a reunião. “A doutora deu uma luz pra gente, ter uma segurança com a Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse a Secretária de Educação Lenita Kroker. A luz, é justamente a possibilidade da entidade sindical conseguir, judicialmente, “obrigar” o município a arcar com os 13,01%. O “estouro” no percentual constitucional de 54% de gastos com pessoal poderia ser justificado perante os órgãos de controle externo da administração, no momento da análise de contas.
José Ronaldo/O Diário