Em, carta encaminhada à Prefeitura de Paranaíta no dia 28 de janeiro, o diretor da CHTP (Companhia Hidrelétrica Teles Pires) Marcos Azevedo Duarte classificou de sensacionalistas as reportagens que foram divulgadas pelo site “Olhar Direto” e reproduzidas por diversos órgãos de imprensa em todo o estado de Mato Grosso. “Tratam-se de notícias sensacionalistas, sem qualquer embasamento técnico e sem conhecimento de causa, portanto, com informações distorcidas, equivocadas e inverídicas”, afirma por meio da carta 048/2015 a que o Jornal de Paranaíta teve acesso. A carta é uma resposta ao ofício 006/2015, enviado no dia 19 de janeiro, pelo prefeito Tony Rufatto e pelo secretário de Administração e Meio Ambiente Osmar Antonio Moreira, cobrando “esclarecimentos sobre as matérias divulgadas na mídia sobre a suposta mortandade de peixes que estaria ocorrendo no lago da UHE Teles Pires”
Segundo as explicações da UHE, o enchimento do lago começou no dia 21 de novembro de 2014 com o fechamento do primeiro túnel e finalizou no dia 10 de janeiro de 2015. A UHE alega que todas as autorizações previstas no licenciamento ambiental foram fornecidas pelo órgão fiscalizador federal, o Ibama.
Quanto às fotos que foram reproduzidas pelo site no dia 18 de janeiro, teriam sido produzidas quando o processo de enchimento do lago atingiu seu “nível de projeto”, e pela explicação da UHE Teles Pires era uma área de convergência, “ou seja, toda a água da chuva e das enxurradas convergem para este ponto específico trazendo galhos e troncos de áreas de pastagens, encostas e barrancos que acabam se aglomerando no local”.
Uma das fases do enchimento do lago é a “supressão vegetal” prevista no projeto ambiental e que iniciou imediatamente ao enchimento do lago, tendo como preocupação a garantia de fuga e resgate de animais, a manutenção da estabilização das encostas e barrancos no entorno do reservatório, a segurança da navegação no rio e o berçário para peixes. “A supressão vegetal do rio Paranaíta foi realizada em sua totalidade, ou seja, 100% da vegetação florestal foi suprimida”, afirma a carta.
Afugentamento de animais – A CHTP informou ao prefeito Tony Rufatto que desde novembro, na fase inicial do alagamento do reservatório, equipes de resgate de fauna, formadas por biólogos, veterinários e técnicos ambientais, atuavam em vistorias diárias “em busca de animais ilhados ou em situação de risco para prestar atendimento e realocá-los em local seguro na natureza”, tendo sido mobilizados inicialmente 12 embarcações para resgate e duas de apoio (o número subiu para 16 em janeiro deste ano).
As atividades das fases de enchimento e pós enchimentos consistem em “navegação pelos trechos de alagamento do reservatório, busca ativa da fauna, resgate de espécimes diretamente afetadas, triagem e destinação dos espécimes resgatados e cuidados médico-veterinários”.
Por fim, a CHTP informou que 2.950 animais resgatados foram encaminhados para a soltura em local seguro para eles.