Uma jovem de 19 anos, identificada apenas como Camila, foi estuprada por quatro homens durante uma festa, na boate “La Negra”, em Buenos Aires, na Argentina. O evento ocorreu na madrugada do último sábado. Segundo o advogado da jovem, Andrés Bonicalzi, em entrevista ao jornal argentino “Diario Norte”, um homem de olhos claros beijou e arrastou Camila à força para um local escuro no local.
Lá, começou a agressão sexual. Três outros homens se juntaram ao primeiro e continuaram o estupro. A jovem tentou pedir socorro, mas por causa do barulho no local, não foi ouvida. Ainda segundo Bonicalzi, depois do crime, o primeiro homem teria retornado com ela até a pista de dança, pedindo para que ela não contasse a ninguém e pedindo desculpas pelo ocorrido. Quando Camila começou a gritar, ele fugiu.
Camila afirmou ter chamado a polícia, mas nenhuma viatura foi até o local. Exames realizados no hospital e nos Instituto Médico Legal local confirmaram o estupro. Ainda não há informações sobre a identificação dos suspeitos. A polícia local recolheu câmeras de segurança do espaço para ajudar na investigação.
“Ela está muito machucada. Tem lesões na área genital e também nas pernas, porque forçaram seu corpo contra o chão. Outras marcas em seu corpo também demonstram que o crime aconteceu, que não se tratou de sexo consensual”, explicou o advogado.
A vítima afirmou ainda que uma possível testemunha poderia ter classificado o estupro como uma relação consensual, já que outras pessoas estavam praticando sexo oral no local.
Reação nas redes sociais
Depois da repercussão do caso, a página da festa Alternativa no Facebook se manifestou apoiando a jovem e pedindo ajuda para compartilhar informações sobre suspeitos. A organização pediu ainda que os usuários evitassem fazer piadas com o caso.
“Estamos cientes do fato e tão preocupados quanto vocês. Deixe a Justiça investigar adequadamente POR FAVOR. Se alguém viu ou sabe de alguma coisa por favor, fique à vontade para esclarecer os fatos. Pedimos que não comentem besteiras, porque é um problema sério. Muito obrigado”.
Um evento foi criado no Facebook para cobrar investigações sobre o caso. Em “Justiça para Camila” há também depoimentos de outras pessoas que frequentaram as festas no local. Uma amiga de Camila, Maaira Yanina, agradeceu o apoio e afirmou que elas não costumavem frequentar a boate. A jovem contou ainda que Camila sumiu depois de ser abordada por um homem.
“Por volta de 5h30m, ela estava conversando com um garoto. Quando eu me distraí, eles sumiram. Começamos a procurá-la, chamar por seu nome, e ela não respondia. Procuramos pelos três andares do boliche muitas vezes! Às 6h, ela me ligou, do lado de fora, me pedindo para encontrá-la na esquina. E lá nos contou tudo, chorando muito”.
Outra mulher, Pamela Prieto, afirmou que também já foi vítima de abuso sexual no mesmo local, há cerca de três anos. “Aconteceu a mesma coisa comigo, em 2011. Subi para ir ao banheiro e um segurança tentou me violentar. Não fiz a denúncia aos funcionários do local, mas tenho certeza de que toda a equipe sabe do que aconteceu comigo. Há três anos, não fala nisso publicamente, mas agora não tenho medo. Não é uma mentira. Na época, disseram que eu estava mentindo, porque estava bêbada e me apalparam porque eu estava dançando”, relatou