Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro – e contra a truculência da polícia – acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia. Em São Paulo, um ato em apoio aos ativistas cariocas teve destino semelhante.
Os professores se concentraram na Candelária, no Rio. Eles foram pela avenida Rio Branco e chegaram à Câmara Municipal. Às 18h30, a Polícia Militar estimava em 10 mil o número de pessoas no ato que foi organizado pelo Facebook e que pretendia reunir 1 milhão de pessoas.
Por volta das 20h10, manifestantes mascarados tentavam arrombar a entrada lateral da Câmara Municipal. Nesse momento, o protesto estava divido em dois: um movido pelos professores, em frente à casa legislativa. Outro, por ativistas em Black Blocs, que tentavam invadir e pichavam o prédio.
Depois disso, morteiros foram disparados e uma agência bancária foi atacada. Coquetéis molotov foram jogados contra a Câmara, o que não foi suficiente para incendiar o prédio.
Por volta das 20h45, a polícia dispersou a manifestação. Contudo, às 21h, um ônibus queimava na esquina da avenida Rio Branco com a rua Santa Luzia.
Alguns ativistas fugiram para a Lapa, o que levou a correria de pedestres, que passaram em meio a carros. Alguns veículos fizeram a volta para fugir da confusão.
Em São Paulo, a confusão começou quando manifestantes jogaram bombas contra policiais por volta das 20h20. Alguns ativistas atearam fogo em objetos e fizeram barricadas na avenida Ipiranga e na rua Barão de Itapetininga. A polícia interveio e dispersou a manifestação.
Os ativistas mascarados, contudo, usaram pedras, metais e madeira para quebrar vidraças de agências bancárias e lojas. No centro de São Paulo, próximo ao 1º Distrito Policial, uma viatura foi virada por manifestantes.
O condutor do ônibus incendiado por manifestantes no Rio conta que o veículo estava sem passageiros, apenas com ele e o cobrador, já que retornava à garagem. “Estava trafegando normalmente pela avenida Rio Branco, quando veio um rapaz mascarado na janela e mandou todo mundo descer. Eu recolhi meus pertences e desci rapidamente. Ele disse que o ônibus iria virar estatística”, diz Herique Santos Souza.
O condutor disse que se refugiou em um estacionamento subterrâneo próximo. “Obviamente a gente sente um pouco de receio nossas horas, de que eles iriam fazer alguma coisa comigo. Mas não fizeram nada e disseram que até queriam me proteger. Mas virei as costas e fui embora.”