“Foi mal, ‘fessor’!” A frase, escrita em tom de deboche no perfil de um PM, numa rede social, que exibia seu cassetete quebrado supostamente após uma manifestação de profissionais da Educação na última segunda-feira, virou, ironicamente, caso de polícia. Investigado pela Corregedoria, o agente do Batalhão de Choque corre até mesmo o risco de ser expulso da corporação.
No perfil no Facebook, apagado depois da repercussão da postagem, que rodou a web desde o fim da noite de quinta-feira, o policial usava apenas o nome de Tiago Tiroteio. E, tal qual numa troca de tiros, as críticas vieram de todos os lados: da internet a autoridades civis, passando pela própria PM, sobraram questionamentos ao deboche.
– Se esse cidadão tivesse passado por uma boa aula de história, de geografia, em uma boa escola pública, bem estruturada… Com certeza não adotaria uma postura fascista feito essa. É por isso que lutamos por uma educação pública de qualidade – afirmou Susana Gutierrez, coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ), órgão que vem liderando a paralisação e os protestos da categoria.
A Polícia Militar disse ter identificado o agente na manhã de ontem e comunicou que ele tem 30 anos e está há cinco na corporação, mas não divulgou seu nome. Contudo, segundo o “RJTV”, da Rede Globo, o PM se chama Tiago de Lima Moreira de Souza.
Ao prestar depoimento, Tiago negou ser o autor da postagem ofensiva. Segundo o advogado contratado pela família do policial, a foto teria sido tirada em outra ocasião.
– Existem evidências de que naqueles horários ele estava fora do acesso aos computadores. Estava aquartelado — garantiu Genison Souza ao site “G1”.
Repercussão internacional
A negativa do policial não impediu que o caso ganhasse repercussão internacional. Na tarde de ontem, o jornal “The New York Times”, um dos mais tradicionais dos Estados Unidos, publicou um artigo em seu site com o título: “Policial do Brasil faz piada no Facebook sobre quebrar cassetete em manifestante”.
FONTE: Extra