As possíveis torturas envolvendo os quatro presos suspeitos do estupro e morte da adolescente Tayna da Silva, de 14 anos, tiveram espancamentos e violência sexual, segundo a coordenadora federal da Comissão dos Diretos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Isabel Mendes. Ela disse que conversou com os detidos 13 dias após a prisão e que eles ainda estavam com muitas marcas pelo corpo. Eles foram detidos no dia que o corpo de Tayná foi encontrado, no dia 27 de junho, e deixaram o presídio na noite de segunda-feira (15) a pedido do Ministério Publico. O promotor alegou que não existem provas suficientes para manter a prisão.
Segundo Isabel, eles relataram que levaram chutes, choques, ficaram algemados por quatro dias, apanharam com barra de ferro e um policial teria obrigado que eles fizessem sexo oral entre eles porque teria fetiche.
— Eles confessaram o assassinato da Tayná porque não foram mais capazes de suportar a tortura praticada por aqueles policiais. Estou na Comissão dos Direitos Humanos há nove anos e nunca vi isso ocorrer. Em uma sala fechada, o policial apontou a arma aos jovens e obrigou o sexo coletivo.
O Ministério Público do Paraná pediu a prisão de 15 policiais, entre eles um delegado, suspeito das torturas. A investigação sobre a morte da jovem chegou a ser dada como encerrada, mas o caso teve uma grande reviravolta depois que um exame comprovou que o sêmen encontrado no corpo da vítima não pertencia a nenhum dos jovens presos. Os quatro envolvidos deixaram o presídio na noite de segunda-feira (15).