http://www.youtube.com/watch?v=PsFRRkVm2y0
O fotógrafo Ahmed Samir Assem, de 26 anos, do jornal egípcio “Al-Horia Wa Al-Adala”, foi identificado como um dos 51 mortos pelas forças de segurança do Egito durante confronto com simpatizantes da Irmandade Muçulmana, na segunda-feira (8). Agora, um vídeo divulgado na internet mostra o que seria o fotógrafo filmando o momento da sua própria morte.
No trecho publicado, um soldado atira várias vezes sobre um muro. Em um determinado momento, ele se vira para a direção da câmera e atira antes da imagem escurecer.
A câmera e o celular do fotógrafo foram encontrados no local coberto de sangue, segundo o jornal britânico “Telegraph”. Colegas de trabalho de Assem disseram que o fotógrafo levou um tiro na cabeça enquanto estava fazendo a filmagem.
Não é possível saber as circunstâncias exatas da morte de Assem. O vídeo teria sido exibido durante uma coletiva de imprensa promovida pela Irmandade Muçulmana.
Na madrugada de segunda-feira (8), ao menos 51 pessoas morreram em uma manifestação violenta diante da sede da Guarda Republicana no Cairo.
No clima de tensão que prevalece no país, a Irmandade Muçulmana, a qual Mursi pertence, declarou que os soldados e os policiais abriram fogo sem motivo contra os manifestantes e denunciaram um massacre. O exército disse ter respondido a um ataque de “terroristas armados”.
A Anistia Internacional e um grupo de ONGs locais denunciaram nesta quarta-feira (10) o uso desproporcional da força na gestão das manifestações islamitas pró-Mursi e exigiram uma investigação independente sobre os confrontos de segunda-feira.
“Embora alguns manifestantes possam ter se mostrado violentos, a resposta (do exército) foi desproporcional e é responsável por mortos e feridos entre a multidão”, afirma a Anistia Internacional (AI) em um comunicado.
“Ainda que o exército afirme que os manifestantes atacaram primeiro e que nenhuma criança e nenhuma mulher tenham ficado feridos, os primeiros elementos apontam um cenário muito diferente”, disse Hasiba Hadj Sahraui, um funcionário regional da ONG.
“Muitas vítimas foram atingidas (por balas) na cabeça e na parte superior do corpo”, afirma a AI, que realizou investigações nos necrotérios e hospitais do Cairo e de Alexandria (norte). (Com The Atlantic e agências internacionais)
Fonte: uol