A brasileira Silvinha da Silva Braga, 45 anos, moradora de Alto Rio Novo, no interior do Espírito Santo, morreu enquanto tentava entrar ilegalmente nos Estados Unidos pelo mar do Caribe. Ela e o marido, Adilson Gonçalves de Oliveira, de 42 anos, estavam com cerca de 20 pessoas em um bote, que virou na madrugada desta segunda-feira (1). Segundo a filha do casal, Natieli Braga, 21 anos, Silvinha não sabia nadar e faleceu. Adilson foi socorrido por policiais e sobreviveu. “O bote não suportava 20 pessoas e acabou virando. Meu pai fez de tudo para salvar minha mãe, mas não conseguiu. Ele já estava quase morrendo também, quando policiais chegaram e o socorreram”, conta.
Agora a família tenta trazer o corpo de Silvinha para o Espírito Santo. Adilson está na Guarda Costeira da Holanda em Saint Martin, uma ilha que é território francês e holandês, no arquipélago das Caraíbas. “A última informação que recebi é que conseguiram alguém do Itamaraty para fazer contato com meu pai, mas só vou ter notícias à tarde. Além dos documentos necessários para a liberação do corpo, o consulado americano falou que é necessário pagar U$ 5 mil dólares para o translado do corpo até o Brasil. Não temos essa quantia toda, mas vamos dar um jeito. Só o que importa é trazer o corpo da minha mãe para cá”, disse Natieli ao G1, nesta quarta-feira (3).
A família tem uma loja de materiais de construção em Alto Rio Novo, Noroeste do estado. De acordo com Natieli, os pais saíram de lá no começo do mês passado e pretendiam ficar nos EUA por pelo menos três anos, para trabalhar no exterior, juntar dinheiro e melhorar a condição financeira da família. “Eles iriam para trabalhar, ficariam na casa de uma tia minha que já mora nos Estados Unidos há alguns anos. Eles já fizeram isso antes, foram clandestinos, mas pelo México. Dessa vez foram por Bahamas, mas a gente não sabe de nada, qual o trajeto que eles fizeram, e nem com quem foram”, conta.
A polícia americana informou à família que Silvinha teria morrido na madrugada de domingo para segunda-feira, mas a família só soube da morte na noite de segunda. “Minha tia que mora nos EUA só conseguiu nos avisar na noite de segunda. Falei com o meu pai na terça de manhã. Fiquei com medo de que ele fosse preso e deportado, mas como é a única família que tem lá para resolver as questões da liberação do corpo da minha mãe, está representando a família. Eu ainda não consigo acreditar que aconteceu isso com minha mãe. Minha filha, de quatro anos, é muito apegada a ela, pergunta da vó e eu não sei o que falar com ela”, diz Natieli.
Fonte:G1