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Prefeito Tony Rufatto está preocupado com a segurança no local do bloqueio

manifesto_ptaA situação sobre a ponte do Rio Paranaíta é tensa. Há pelo menos duas barreiras de pneus que foram colocadas nos dois sentidos, e que a qualquer momento serão incendiados caso alguém queira furar o bloqueio. A informação é dos próprios manifestantes, cerca de 300 produtores rurais que estão acampados no local, impedindo o acesso ao canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Teles Pires. O prefeito de Paranaíta, Tony Rufatto, demonstrou preocupação com a situação e ontem mesmo ligou para o governador do Estado, Silval Barbosa, e para o secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, e relatou o clima no local e a possibilidade iminente de um confronto entre os manifestantes e os funcionários da Usina Hidrelétrica.

“Tem cerca de 2.500 funcionários na Usina, precisando vir pra cidade para receber salários e atender as suas famílias. Outra coisa, a comida na Usina, para alimentar a os trabalhadores, dá pra mais 2 dias. Se eles vierem pra ponte pode haver um confronto e isso me preocupa”, afirmou Tony Rufatto, que disse que é a favor da manifestação dos produtores rurais, mas que, na condição do prefeito, está tentando intervir para que haja uma saída pacífica para essa possibilidade de confronto. “Estou preocupado porque sei que o clima está muito tenso”, disse.

Outra preocupação demonstrada pelo prefeito, é que há cerca de 2.500 trabalhadores da usina na cidade, esperando a liberação da estrada para voltarem ao trabalho. “Nós não temos estrutura para abrigar todo o esse pessoal. Por isso nós torcemos para que o manifesto termine logo e de preferência com as reivindicações dos manifestantes sejam atendidas, porque o movimento é justo”, disse, temendo um verdadeiro “caos social”, com tantos trabalhadores sem ter para onde ir.

Produtores rurais protestam contra criação de terra indígena e bloqueiam acesso á Usina Teles Pires

Pelo menos 300 produtores rurais estão acampados desde as 23 horas de domingo, 30, na ponte sobre o Rio Paranaíta, impedindo a passagem  no único acesso à Usina Hidrelétrica Teles Pires, que está sendo construído em Paranaíta. O manifesto está sendo chamado de “O Grito de Apiacás” e protesta contra a ampliação da reserva indígena Kayabí, pedindo o cancelamento do ato publicado no Diário Oficial da União (DOU) no último mês de abril. A promessa dos manifestantes é de que o bloqueio será por tempo indeterminado, até que o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ouça as reivindicações.

Os manifestantes querem, além da revogação do decreto de homologação das terras indígenas Kayabi, publicado em 25/04/2013 no Diário Ofícial da União, uma audiência pública no município de Apiacás-MT, em que reúna o Ministro da Justiça, Governador do Estado, Senadores, dep. federais e estaduais, membros da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), membros da Federação da Agricultura de Mato Grosso (FAMATO), sindicatos rurais regionais e a sociedade civil regional. Os produtores rurais que encabeçam o movimento reclamam, dentre outras coisas, que a Funai nunca ouviu a população regional para a criação das terras indígenas, que a portaria que homologou as terras indígenas ocorreu com base em laudo antropológico fraudulento, e que as terras Kayabi estão na sua quarta ampliação aumentando em mais de 720%, a sua área já demarcada.

Ontem, ao meio dia, nossa reportagem conseguiu contato com o produtor Moises Prado, que é um dos cabeças do movimento, que afirmou que, mais de 1.500 pessoas já tinham parado no bloqueio. Apenas ambulâncias, ônibus de linha e caminhões com carga viva estavam sendo liberados para transitar, ainda assim com o aviso de que o bloqueio, a partir desta terça-feira, será mais amplo. “Nós estamos dispostos a ficar aqui até que o Ministro nos ouça e atenda as nossas reivindicações”, disse Moises, ao Diário.

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