Aos 40min do segundo tempo, a apreensão por prorrogação já estava no ar. Mas Paulinho também estava lá. Decisivo, como o torcedor corintiano conhece. Estava lá para, com uma cabeçada perfeita, colocar o Brasil na decisão da Copa das Confederações. Nesta quarta-feira, no Mineirão, a Seleção Brasileira teve dificuldades contra o Uruguai, passou por sustos, mas manteve sua invencibilidade no torneio. Venceu por 2 a 1.
A vitória também passou pela mão esquerda de Júlio César, que pegou pênalti cobrado por Forlán, e por Fred, autor do primeiro gol. Mas a Seleção Brasileira, que aguarda Itália ou Espanha para o domingo, precisou se desdobrar. Cavani marcou um em dia de falhas de David Luiz e Thiago Silva, e por pouco não fez mais um. O presente para os mais de 54 mil torcedores, porém, estava guardado para o fim. Na cabeçada de Paulinho.
A Seleção Brasileira agora fica no aguardo pelo que ocorrerá na tarde quinta-feira na Arena Castelão, em Fortaleza, com italianos e espanhóis. Mas já sabe: no domingo, estará em campo no Maracanã para tentar seu quarto título da Copa das Confederações.
Com instinto matador, Fred dá alívio ao Brasil depois de sofrimento inicial
Vaias estridentes para Diego Forlán. Foi assim que o Mineirão tentou ajudar Júlio César, aos 15min do primeiro tempo, depois de David Luiz praticar um golpe de judô sobre Diego Lugano na grande área brasileira. Enrique Osses, árbitro chileno sobre quem os uruguaios colocaram pressão na véspera da semifinal, não titubeou. Apontou para a marca do cal. Mas Júlio não estava sozinho: deu um passo para a frente, pulou até o máximo que conseguiu de seu canto esquerdo e, também de mão esquerda, botou para escanteio.
Para um Brasil que jamais havia saído em desvantagem na Copa das Confederações, ter sido vazado por Forlán poderia mexer com o equilíbrio do time, mas não ocorreu. Mas a Seleção Brasileira não conseguia jogar contra um Uruguai de marcação eficiente entre as duas intermediárias do campo. A primeira finalização minimamente perigosa surgiu aos 27min, mas Hulk colocou longe do travessão.
À essa altura, o torcedor presente ao Mineirão, e atleticano, pedia Bernard. O grito veio logo depois de Forlán, da entrada da área, colocar de perna esquerda próximo ao gol defendido por Júlio César. A tônica do jogo, independente dos dois lances, era de marcação. Arévalo Rios acompanhava Neymar por todas as partes do campo, e tentava intimidar de alguma forma. Irritar. Mas quem perdeu a linha foi Luiz Gustavo: uma pancada do volante em Cristián Rodríguez, no meio-campo, levou tensão às equipes.
Mas a Seleção Brasileira ficou leve, aliviada, aos 41min. Paulinho recebeu a bola no meio e Neymar disparou no espaço entre Maxi Pereira e Lugano: o volante ainda corintiano esticou lançamento, Neymar dominou com tremenda precisão e tocou para defesa de Muslera. Mas também para Fred, que tinha o campo de ação limitado, mas seu faro de gol apuradíssimo para vencer Godín e explodir de alegria o Mineirão.
Herói da hora decisiva, Paulinho coloca Brasil na final
Um banho de água fria, decepção para a torcida brasileira que ainda celebrava a vantagem no placar quando o segundo tempo começou. Já aos 3min, Luis Suárez persistiu na grande área, David Luiz hesitou ao tentar afastar a bola sem a força devida e Thiago Silva, displicente, entregou nos pés de Cavani. O matador uruguaio mandou de perna esquerda no cantinho de Júlio César. Ele se esticou como no pênalti, mas não chegou.
A Seleção Brasileira não se abalou de forma profunda pelo gol sofrido, mas também continuou sem encontrar seu jogo. Hulk, muito mal, ainda tentou em boa cobrança de falta, mas Muslera pegou. Dois escanteios seguidos, um deles concluído com perigo por Suárez, evidenciaram a dificuldade do time de Luiz Felipe Scolari.
O treinador, então, arriscou um certo golpe de sorte e apostou na idolatria dos atleticanos, e mineiros, por Bernard. A solução natural seria recorrer a Lucas, mas Felipão se saiu bem. O Brasil equilibrou e teve boas chegadas com Fred, Neymar e Luiz Gustavo, todas com a participação de Bernard.
O Uruguai assustou, novamente com Cavani, em boa finalização, mas o jogo parecia morno nos minutos finais. Prevalecia, nas duas equipes, a cautela para evitar um gol inesperado. Mas os uruguaios não esperavam Paulinho. Aos 40min, Neymar cobrou escanteio da esquerda e o volante, camisa 18, saltou livre na pequena área para vencer Muslera. Para colocar o Brasil na final da Copa das Confederações.