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Exames confirmam troca de bebês no Hospital Regional; Justiça determina retorno das crianças às famílias biológicas

Da reportagem 

audiência troca dos bebês (1)

A juíza Janaina Dezanetti da 3ª Vara Cível da comarca de Alta Floresta, homologou ontem acordo envolvendo as famílias de Erivania da Silva Santos e Francielli Monteiro Garcia em relação às crianças que foram trocadas na maternidade do Hospital Regional de Alta Floresta no mês de maio de 2017, que agora irão retornar às famílias biológicas. O resultado dos exames de DNA que foram feitos a partir do sangue das mães e das crianças comprovaram que as mães estavam com bebês trocados. A troca foi autorizada “de imediato”, mas deverá ser feita gradativamente, no sentido de fazer com que as crianças se acostume com as “novas famílias”.

Segundo o que o Jornal O Diário apurou, as famílias concordaram em realizar um período de convivência entre elas, visando a melhor adaptação de cada criança com sua mãe biológica, porém mantendo o vínculos afetivos com as famílias que estavam até então.

Dentre as determinações constantes no acordo judicial, estão previstas visitas diárias nas casas de ambas as famílias, inclusive em período noturno, prevendo até mesmo que, em caso de necessidade, as famílias biológicas deverão, por um período de três meses, deixar as crianças com as famílias afetivas. Vale ressaltar que um dos bebês ainda se alimenta através de leite materno. As famílias serão acompanhadas por equipes de psicólogos para auxiliarem com orientação de acolhimento e adaptação das crianças. As visitas das equipes multidisciplinares (acompanhamento psicológico), conforme determinação da juíza Janaina Dezanetti, serão semanais durante o período de três meses.

Segundo o advogado Gerson Luiz Severo, que representou a família de Erivania  da Silva Santos, o resultado acabou sendo satisfatório, “hoje tivemos a oportunidade de homologar no judiciário num acordo aonde as crianças passarão a conviver de forma  intercalada com seus pais biológicos até que se torne definitiva”, explicou o advogado, que enalteceu a necessidade da troca ser feita com menor trauma possível às crianças, “felizmente os pais estão se relacionando de forma harmoniosa, para administrar esta troca, que seja o menos traumática, da melhor forma possível, ambas as mães estão sofrendo e a gente acaba sofrendo muito”, explicou.

Erivânia da Silva Santos, afirmou que quando saiu do fórum chorou muito, “tá doendo muito, saber que esse que está comigo vai embora e eu não vou mais ver ele quando eu acordar, vendo ele o dia todo, vou ver outra criança, é meu filho de sangue, mas o amor que eu sinto por este é muito forte, muito grande e eu não desejo pra nem uma mãe o que eu to passando”, relatou. A criança que está com Erivânia ainda está amamentando, o que vai tornar a “destroca” bem mais complicada, “estou amamentando, isso que me dói mais, ele mama ainda, então, pra mim, dói muito de ele sair assim e eu vou sentir muito, porque ele precisa de mim”, afirmou.

Segundo o advogado Lucas Barella, que representou a mãe Francielli Monteiro Garcia, o importante é que a troca ocorra de maneira menos gravosa para as crianças, ele salientou o fato de que o resultado do processo obtido até a tarde de ontem (acordo judicial) ocorreu de maneira rápida em relação à outros processos que acompanha e que isso foi possível devido ao envolvimento das equipes de servidores do Fórum local.

Segundo Barella, apesar do acordo, ainda não é momento de se falar em “reparação de danos”, uma vez que a prioridade agora é a troca dos bebês que será feita de modo gradativo, “que o dano ocorreu isso foi inegável, a gente está vendo que as famílias sofreram muito com isso, principalmente as crianças sofreram e ainda sofrerão com nessa adaptação, agora quando à reparação por meio das vias judiciais, por meio do processo, é uma questão que ainda está meio prematura, porque a gente tem que ver primeiro a situação das crianças”, afirmou, pensamento também apresentado pelo seu colega Gerson Severo.

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