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MOVIMENTO: Moradores da zona sul do Rio vão às ruas em protesto contra a violência

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Moradores de bairros da zona sul do Rio fizeram hoje (25) um protesto pedindo mais políticas públicas de segurança para a região. A manifestação reuniu centenas de pessoas vestidas de branco e caminhou do Largo do Machado até o Palácio Laranjeiras, sede do governo estadual.

À frente, jovens em motocicletas exibiam cartazes com fotos de suspeitos de terem cometidos crimes, divulgadas pelo Disque Denúncia ou obtidas na internet.

Houve reclamações sobre a falta de patrulhamento e cobranças pelo uso da inteligência policial nos bairros de Laranjeiras, Catete, Flamengo e Botafogo. “Há uma sensação de insegurança amparada nos relatos que recebemos. São bandidos de fuzil assaltando pedestres em plena luz do dia, na porta de casa”, disse uma das organizadoras do protesto, a fisioterapeuta Bebel Costa. Ela montou páginas na internet que recebem relatos e até vídeos de crimes nos bairros.

Segundo Bebel, os dados oficiais não indicam aumento da violência, porque muitos casos não são registrados na delegacia. Incentivar a notificação de ocorrências é um dos objetivos da fisioterapeuta. “Levamos esses dados para reuniões do Conselho de Segurança Comunitária uma vez por mês, para ajudar a planejar o policiamento. É como eu digo: se o crime é organizado, a sociedade também precisa ser”, afirmou.

Os manifestantes criticaram a gestão do governador Luiz Fernando Pezão e do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, cobrando melhorias na cidade, como na iluminação pública, além da destinação de impostos para ações de segurança, como a inteligência policial, a valorização dos agentes e reparos nas viaturas paradas.

Quando o grupo chegou ao Palácio Laranjeiras foi feito um minuto de silêncio em memória de policiais mortos, embora a maioria não tenha morrido em serviço.

“A violência não vem de outro planeta”, declarou a professora Silvana Leone. “A violência é produzida, é consequência, e os responsáveis são as pessoas que estão no poder e que desviaram dinheiro, inclusive da educação, que enfrenta redução de investimento. Educação não é gasto. Um país que não cuida de suas crianças não tem futuro. Uma criança que vive na rua, sem alimentação, sem cuidado, o que sobra? Nada, a não ser reproduzir a violência que ela experimentou.”

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