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Hospital Regional de Sorriso e outros 4 do Estado devem reduzir cirurgias e internações

Cinco hospitais de Mato Grosso, um em Cuiabá, o Hospital Regional de Sorriso (HRS) e outros três no interior, devem reduzir o número de cirurgias e internações.

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A diminuição do atendimento seria devido à falta de fornecimento de rouparia esterilizada e outros enxovais para unidades de saúde.

A medida deve afetar os hospitais regionais de Colíder, Alta Floresta, Sorriso, Sinop e ainda a unidade de saúde mental Adauto Botelho em Cuiabá.

A empresa responsável pela disponibilização das rouparias, a Grifort, alega que a Secretaria de Estado de Saúde, já deve R$ 3 milhões para a empresa, valor referente há cinco meses. A prestadora de serviço afirma que a situação já se arrasta há anos e se tornou insustentável. A falta do serviço pode também aumentar o risco de contaminação.

Diante da situação, a empresa que presta serviço de lavanderia hospitalar e os funcionários entraram em greve por falta de pagamento do salário do mês de agosto. A diretora de contratos da Grifort, Mônica Chiamante diz que a empresa tentou contornar a situação, mas neste mês nem conseguiu honrar com os pagamentos dos funcionários. A Grifort é responsável pelo fornecimento, desinfecção e esterilização de todo enxoval dos hospitais.

Desta forma, os hospitais regionais de Sorriso (HRS), Colíder, Alta Floresta, Sinop e a unidade de saúde mental Adauto Botelho, em Cuiabá, reduzirão os atendimentos se o problema não for sanado, podendo prejudicar uma cobertura hospitalar de 650 mil habitantes.

“Não temos mais como continuar o serviço em sua totalidade, sem receber pelos serviços que já prestamos. Estamos entregando 30% dos enxovais e garantindo urgências e emergências e as cirurgias que já estavam agendadas. Estamos negativados com nossos fornecedores e agora com nossos 60 funcionários”, explicou Mônica.

A diretora explica que desde 2012 a situação persiste e o Estado vem pagando os valores “picados”. Só esta gestão estaria em atraso cerca de R$ 1,6 milhão. O dinheiro que o Estado está repassando não estaria dando sequer para cobrir com os gastos que a empresa tem.

“A empresa só não parou ainda, mesmo sem receber, porque tem a consciência do risco que põe as pessoas que dependem da saúde pública”, disse.

Uma paralisação total por falta de material não está descartada. Conforme as planilhas de repasse do governo à Grifort, nos últimos dois anos o estado deixou de pagar mais de R$ 2,6 milhões. Somente de janeiro a agosto desse ano, a inadimplência do estado totalizou R$ 1,4 milhões. Entre 2012 e 2014 também ficou saldo devedor para com a empresa, somado em quase R$ 400 mil. A empresa alega que já notificou o Estado, a Secretaria de Saúde e as unidades sobre a paralisação dos serviços.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde informou que a falta de repasse para a empresa Grifort, responsável pelo fornecimento, lavagem e esterilização das roupas e enxovais, de fato está ocorrendo. “Como já é de conhecimento público, o Estado enfrenta uma das piores crises de sua história, o que obriga o governo tomar medidas, a exemplo o decreto 694/2016, que reduzam despesas de custeio sem o comprometimento da efetividade, eficiência e eficácia da prestação de serviço público”, cita a secretaria.

Neste caso a secretaria diz que tem tomado as providências para colocar em dia os repasses em atraso. A expectativa é de que a situação seja regularizada nos próximos dias. “Ressaltamos que os serviços de lavanderia não serão suspensos ou paralisados. Os serviços dos referidos hospitais continuam sendo atendidos, com a mesma qualidade oferecida pela empresa, de forma parcial sem comprometer os atendimentos dos pacientes internados”, confirma.

Temor

Areportagem manteve contato nos hospitais que reforçam o temor das cirurgias serem suspensas, o que pode inclusive colocar em risco a vida de pacientes. Em Cuiabá, o hospital de referência para Saúde Mental, Adauto Botelho possui 120 leitos.

Os pacientes realizam três trocas de enxoval por dia, pois muitos têm problemas com incontinência urinária e intestinal. A falta de enxoval, ou seja, paramentação médica, troca de toalhas e roupas do paciente e equipes oferece graves riscos seja com o cancelamento de cirurgias ou diminuição da troca de enxovais daqueles que já estão internados, elevando riscos de contaminação.} else {

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