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Para autoridades culpa da “insegurança” é impunidade e falta de vagas no sistema prisional

Da Redação

O Rotary Clube Alta Floresta Centro recebeu em sua reunião semanal, na última quinta-feira, autoridades ligadas ao poder público e à segurança pública de Alta Floresta para debater o momento que a cidade está vivendo. Cresceu muito nos últimos dois meses o número de ocorrências, principalmente contra patrimônio (roubos e assaltos) o que deixou os rotarianos assustados. Estiveram à mesa de discussão, o presidente da Subseção da OAB, Dr Celso Reis de Oliveira, a delegada de polícia Civil, Ana Paula Carvalho, a comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar Te Cel Roma, o presidente da Câmara de Alta Floresta Eloi Crestani e o chefe de gabinete do prefeito Asiel (esta em viagem à capital) José Luis Teixeira.

Segundo o presidente do Rotary Centro, Adilson Murilo o patamar de insegurança atingiu um nível tão insuportável que, “nem dentro de casa a gente tem mais sossego”, relembrando que na última semana uma família foi assaltada em sua residência enquanto assistia uma partida de futebol, por volta de 21 horas. “Os bandidos estão soltos e nós cidadãos de bem estamos presos”, emendou o presidente da Câmara Elói Crestani.

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Para a Te Cel Maria do Carmo de Roma, grande parte da culpa do crescimento dos casos em Alta Floresta é da “impunidade”. A maioria dos crimes, segundo o que explicou, são praticados por menores, alguns até com menos de 12 anos, o que dificulta o trabalho da polícia. Como não há vagas no sistema penitenciário no estado, a polícia prende e a justiça solta, por não ter aonde colocar os autores de crimes.

Para corroborar a sua linha de pensamento, Roma apresentou dados de prisões efetuadas nos últimos três meses. Em abril deste ano, relativos a crimes contra o patrimônio, foram presas 10 pessoas, todas estão soltas. Em maio o número de ocorrências amentou e também o número de presos, 18, mas apenas 6 continuam no presídio. Em junho, até o dia anterior à reunião (08) 6 pessoas haviam sido presas, das quais três já estavam soltas.

Roma explicou aos rotarianos que “crianças estão crescendo no mundo do crime”, afirmando que é necessário as autoridades políticas investirem em programas sociais para dar opção à juventude. “Eu tenho ouvido crianças de 7, 8 anos falarem de um parente, um conhecido envolvido no crime, como sendo um herói”, afirmou.

A delegada Dra Ana Paula confirmou os dados, afirmando que, “a maioria dos assaltos na cidade são realizados por adolescentes”, mas justificou que a polícia está trabalhando constantemente. 90% das ocorrências registradas, segundo ela, são relativas a crimes patrimoniais, a maioria para adquirir drogas, “é um problema muito mais complexo do que se imagina”, disparou.

A delegada revelou no meio da reunião um esquema que já foi identificado entre os bandidos a respeito das armas utilizadas nas ações criminosas. Segundo levantamento da polícia, a mesma arma utilizada em assaltos em Alta Floresta é utilizada em ações criminosas em outras cidades da região. O esquema revelado aponta que as armas podem pertencer a uma única pessoa que “ganha dinheiro” alugando para outros criminosos.

Sobre as mortes, segundo Ana Paula, a maioria das ocorrências ocorridas nos últimos dias já foram esclarecidas em investigações. “Dos últimos 8 homicídios, 7 já foram esclarecidos. Há 3 pessoas presas e um adolescente apreendido e 4 adolescentes soltos”, afirmou.

Para o advogado Celso Reis de Oliveira, presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, é preciso “fazer um movimento maior, mostrar às autoridades do estado que nós precisamos de socorro”, propondo a elaboração de uma carta a ser enviada para o governador do estado e para outras autoridades políticas.

Outra proposta deixada na reunião foi no sentido de realizar audiências públicas para debater o assunto á exaustão, preferencialmente com a presença de integrantes do governo do estado.

“A insegurança em nossa cidade chegou no limite que a gente podia suportar, a população está amedrontada com o índice de criminalidade e a a gente só pode resolver se a gente fizer uma união entre os poderes, as autoridades públicas do nosso município e a sociedade organizada, que são os clubes de serviços, as entidades, as maçonarias”, finalizou Adilson Murilo, presidente do Rotary Centro.

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