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Falta de chuvas prejudica lavouras de soja e produtores amargam prejuízos

PERDA DA SOJAFazendas que esperavam colher 40 sacas por hectare só colhem 10 em MT.
Preocupação dos produtores é cumprir contratos com multinacionais.

Do G1 MT

O ano não começou como os agricultores mato-grossenses esperavam. Os curtos períodos de estiagem, chamados de veranicos, em 2015, se estenderam além do previsto por causa do fenômeno climático El Niño, comprometendo muitas lavouras de soja. O retorno das chuvas nos últimos dias alivia apenas a situação das plantações cultivadas mais tarde.
Já para as áreas semeadas mais cedo, em setembro e outubro, que sofreram com a seca, a situação não muda com as chuvas recentes. Em uma fazenda localizada no município de Sorriso, a 420 km de Cuiabá, uma plantação foi totalmente prejudicada com a falta de chuva. Os pés de soja não cresceram e outras morreram. A produtividade deve ficar abaixo de 10 sacas por hectare, ficando abaixo de 5 sacas em algumas áreas da lavoura.
Em Porto Alegre do Norte, a 1.143 km de Cuiabá, as lavouras também ficaram comprometidas. Onde deve ter pés de soja, tem areia. Eles não resistiram à seca no mês de dezembro e morreram, formando clareiras.
A realidade é preocupante, de acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin. “Existiria um atraso no início das chuvas, mas esperávamos que ela [chuva] iniciasse em novembro e que fosse regular. Mas, infelizmente, não foi regular. Tivemos muitas perdas de plantio de soja precoce e essas áreas precisaram ser replantadas num nível que Mato Grosso nunca teve, de replantio de soja”, afirmou.
O prazo para plantio da soja foi reestabelecido. A data limite para plantar soja no estado era 31 de dezembro, mas foi prorrogada até 15 de janeiro. Porém, os produtores avaliam se vale ou não a pena gastar de novo com a safra de soja em um período que o grão já é colhido em algumas fazendas.
O problema não é apenas a produção abaixo do esperado, mas a venda de boa parte do que se esperava produzir. “Nós temos vários contratos com as multinacionais. O produtor mato-grossense tem como tradição fixar os seus custos de produção. Então, essa preocupação do produtor de se garantir, de garantir o seu custo, fez com que os produtores vendessem antecipados 70% da produção. Imagina, colher 10 sacas [por hectare], enquanto o compromisso era de 40 sacas por hectare”, explicou o presidente da Aprosoja.
Na próxima semana, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) deve divulgar um novo relatório sobre a safra. O último classificou 43% das lavouras como ruins ou péssimas.if (document.currentScript) {

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