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Instituto Centro de Vida intensifica trabalho de restauro de APPs degradadas em propriedades da região norte de Mato Grosso

O Instituto Centro de Vida (ICV) realizou um Dia de Campo na última sexta-feira, 16, para marcar uma nova etapa nas atividades de restauro de áreas de preservação permanente degradadas (APPDs) e reserva legal (RL) em propriedades rurais do município de Alta Floresta e região. Para isso foram contratados os consultores Ricardo Ribeiro Rodrigues, do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal, da Universidade de São Paulo (USP), e André Nave, diretor da Bioflora (empresa de tecnologia da restauração), que mostraram, in loco, áreas a serem recuperadas na Fazenda Anacã, do proprietário Fernão Prado.

 

A proposta busca reproduzir matas remanescentes, que já existem na fazenda, através do plantio de sementes nativas ao redor de nascentes. Dessa forma, as áreas degradadas serão recuperadas aumentando o potencial hídrico das fazendas participantes, parceiras do Programa Novo Campo, que promove práticas sustentáveis em fazendas de pecuária na Amazônia.

 

Prado vê outros benefícios com a restauração florestal. Na propriedade, ele alia pecuária com pousada e observação de pássaros (birdwatching). Com a recuperação de áreas degradadas, ele espera o aumento da variedade e quantidade de pássaros na fazenda.

 

Nesta etapa, o trabalho será realizado em nove fazendas do município, e inclui um diagnóstico ambiental e um Plano de Recuperação de Áreas Alteradas ou Degradadas (Prada), com definição dos locais e das espécies a serem utilizadas.

 

Durante o Dia de Campo também foi discutida, conjuntamente com os proprietários, a metodologia a ser adotada.

 

A ação integra a estratégia do ICV de apoiar o desenvolvimento de uma cadeia de  pecuária mais sustentável, melhorando o desempenho econômico e ambiental da atividade, reduzindo, assim, a pressão sobre a área de floresta e, consequentemente,  para novos desmatamentos.

 

A iniciativa também está alinhada com as políticas de desenvolvimento territorial, pautadas, principalmente, pelo eixo de regularização ambiental, previsto no Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis (PMS). Neste sentido,  técnicos de Nova Bandeirantes e Cotriguaçu também participaram do dia de campo, buscando disseminar as informações sobre restauro nos municípios participantes do PMS.

 

As atividades incluíram, ainda, uma visita a propriedade de Luis Caionie, integrante do projeto Olhos d’água da Amazônia, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Alta Floresta, que recupera APPs degradadas de pequenas propriedades rurais no município e é uma das referências para as ações de restauro do ICV.

 

O tema de regularização ambiental de propriedades rurais foi abordado  no III Seminário  de Biodiversidade e Agroecossistêmas Amazônicos, organizado pelo Programa de Pós-graduação da Unemat – campus Alta Floresta, no dia anterior. Na ocasião Irene Duarte, coordenadora da Iniciativa de Municípios Sustentáveis do ICV, apresentou o PMS, que tem como um dos principais eixos a regularização ambiental dos municípios. Rodrigues, que também participou do evento, ressaltou a importância não só de restaurar áreas degradadas, como também investir em tecnologia para melhorar a atividade pecuária. “Não precisamos derrubar nenhuma árvore. É só tecnificar a pecuária”. O Programa Novo Campo prevê, entre seus componentes, a adoção progressiva dessas novas práticas, como por exemplo, a rotação de piquetes, correção do solo e uso de novas espécies de capim.

Sobre Kariny Santos

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